Para ser aprovado de uma para outra série ainda no ensino fundamental, perdi pontos por não ter me lembrado o nome de quem proclamou a República Federativa do Brasil, a professora chamou minha atenção; “Como não saber quem proclamou a república da nação que você nasceu menino?!” Mas, era ela não só uma professora, era uma “mãe” para mais de vinte e cinco alunos, então ficou gravado em minha mente o nome do Marechal Deodoro da Fonseca e, fui aprovado para a série seguinte.
No decorrer de toda infância, adolescência e mocidade; jamais imaginei que cinquenta e seis por cento de meus irmãos brasileiros passavam fome, ou, corrigindo, um pouquinho mais que cinquenta e oito por cento. Até onde me lembro, em minhas doces recordações de infância, nunca fomos dormir de barriga vazia, levo em consideração que em casa só havia uma fonte de renda e, era de um salário mínimo – até em “ginásio” particular estudei após ser aprovado e ter recebido uma bolsa integral – mas, ouvi dizer que há dez anos atrás a miséria tinha acabado e não havia mais pobres.
Tanto acabou que hoje podemos até emprestar – digo doar – dinheiro para países vizinhos e “amigos”; artistas em “ascensão” de carreira recebendo dotes de cinco milhões de reais para se apresentar na ribalta; pobres presidiários recebendo aumento em seus proventos por estarem, por um tempo, fora da ativa…
Em meus cismares momentâneos… Não precisava ter estudado, me esforçado tanto, bastava ter fingido todo o tempo em uma profissão qualquer, por exemplo: metalúrgico. Treinaria bastante como presidente de algum sindicato e, certamente após alguns anos presidiria a nação onde nasci e, nem precisaria conhecer a história, pra quê?
Ainda bem que os pensamentos são momentâneos, na real, fui bem instruído… Jamais minta, seja honesto e trabalhador sempre… dizia meu velho pai.
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