A taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais recuou de 8,9% em 2019 para 7,2% em 2022, ou seja, uma redução de 15 mil analfabetos no estado, que chega a seu menor número no levantamento, iniciado em 2016. No ranking nacional, o estado ocupa a 12ª colocação na categoria e a 3ª considerando apenas a região norte.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: Educação 2022, divulgada no último dia 07, pelo IBGE. Após dois anos pausada, essa é a primeira divulgação do módulo após a pandemia. Devido à redução na taxa de aproveitamento da amostra, causada pela mudança na forma de coleta implementada emergencialmente durante o período de distanciamento social, a divulgação do suplemento foi suspensa em 2020 e 2021, retornando agora com os resultados para 2022.
Dentre as faixas de idade, 27,3% da população possui 60 anos ou mais, 14,1% 40 anos ou mais, 9,2% entre aquelas com 25 anos ou mais e 7,7% tinham 18 anos ou mais na ocasião. Mesmo ainda alta, a taxa de analfabetismo das pessoas com 60 anos ou mais foi a que mais caiu desde o último levantamento. Em 2019, eram 32,7%, o que representa recuo de 5,4 pontos percentuais (p.p).
“O analfabetismo segue em trajetória de queda, mas mantém uma característica estrutural: quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos. Isso indica que as gerações mais novas estão tendo maior acesso à educação e sendo alfabetizadas ainda crianças, enquanto permanece um contingente de analfabetos, formado principalmente, por pessoas idosas que não acessaram à alfabetização na infância/juventude e permanecem analfabetas na vida adulta”, observa a coordenadora Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy.
Taxa de analfabetismo de pretos e pardos segue maior que a dos brancos no Tocantins
Apesar da queda no comparativo, em 2022, entre as pessoas pretas ou pardas acima de 15 anos de idade, 8,0% eram analfabetas. O número de brancos representa quase a metade disso, segundo o IBGE (4,4%). No grupo etário de 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo dos brancos alcançou 12,3%, enquanto entre pretos ou pardos registrou mais que o dobro (32,1%).
Na análise por sexo, a taxa de analfabetismo das mulheres de 15 anos ou mais foi de 6,4%, enquanto a dos homens foi de 8,0%. Entre os idosos, a taxa das mulheres foi de 25,6%, índice também menor ao dos homens (29,1%).
Tocantinenses avançam na conclusão dos ensinos fundamental e médio
O número de pessoas acima de 25 anos que não concluiu o ensino fundamental ainda é alto no estado, mas teve queda significativa entre as duas últimas pesquisas. Em 2019, a situação foi apontada em 33,4% da população, já no ano de 2022, em 28,3%, ou seja, um recuo de 5,1 p.p.
A taxa de pessoas com ensino médio completo cresceu 1,4 p.p., saindo de 27,3% para 28,7%. A população preta ou parda avançou 1,8 p.p no levantamento (27,3% para 29,1%) e a branca caiu 0,1 p.p. (26,8% ante 26,7%).
Rede pública de ensino predomina da creche ao nível médio
Em 2022, estavam na rede pública de ensino tocantinense 89,1% dos alunos na creche e pré-escola, 90,8% dos estudantes do ensino fundamental regular e 94,0% do ensino médio regular. Já a rede privada atendia 69,7% dos estudantes do ensino superior e 68,0% da pós-graduação.
“A rede pública é a grande responsável pelo ensino básico no Brasil, com municípios e estados provendo principalmente os cursos de ensino fundamental regular e ensino médio regular”, observa Beringuy.
Cai a taxa de escolarização das crianças de 4 a 5 anos
Entre 2019 e 2021, a taxa de escolarização das crianças de 4 a 5 anos caiu de 92,7% em 2019 para 90,8% em 2022. Essa queda ocorreu apesar de a educação básica aos 4 anos de idade ser obrigatória desde 2013, com progressiva adaptação das redes municipais e estaduais de ensino para se adequar e acolher alunos de 4 a 17 anos.
Em 2022, percentual de crianças de 6 a 14 anos na etapa adequada foi o mais baixo da série histórica
Na faixa de 6 a 14 anos, a universalização da educação está praticamente alcançada desde 2016, com a taxa de escolarização do país chegando a 99,5% em 2022.
“Esses resultados mostram a importância da política pública de provimento obrigatório de ensino nessa faixa etária, sendo essa etapa – do ensino fundamental – principalmente ofertada pelas escolas municipais, refletindo numa elevada taxa de escolarização”, analisa a coordenadora.
No entanto, no mesmo grupo etário, a taxa ajustada de frequência escolar líquida – que considera a adequação idade /etapa – caiu de 97,0% em 2019 para 94,1% em 2022, menor nível da série, desde 2016.
Cresce taxa de frequência escolar de jovens de 15 a 17 anos
A taxa de escolarização das pessoas de 15 a 17 anos subiu de 89,0% em 2019 para 92,2% em 2022, ficando acima dos 90% pela primeira vez na série. “Nesse grupo etário, o aumento da taxa ajustada de frequência liquida é um importante avanço, uma vez que, normalmente, nessa etapa do ensino ocorre o crescimento do abandono escolar. Portanto, a expansão desse indicador aponta para a maior permanência desses jovens na escola”, comenta.
Brasil
• O índice de pessoas que não sabiam ler e escrever no país caiu entre 2019 e 2022, conforme o levantamento. Antes, 6,1% dos brasileiros estavam nesta situação e, na última pesquisa, 5,6%. Em números totais, isso significava 9,6 milhões de pessoas analfabetas.
• A maior parcela da população encaixada neste quadro continua sendo pretos e pardos, principalmente os idosos. Enquanto 3,4% dos brasileiros brancos não sabiam ler e escrever, o número representou mais que o dobro entre pretos e pardos (7,4%). Já na faixa etária dos 60 anos ou mais, o número foi de 9,3% de brancos e 23,3% de negros.
• Na população de 18 a 24 anos, 36,7% das pessoas brancas estavam estudando, enquanto entre pretos e pardos a taxa foi de 26,2%. Entre os brancos, nesse grupo etário que frequentavam escola, 29,2% cursavam graduação, ante 15,3% das pessoas de cor preta ou parda. Além disso, 70,9% dos pretos e pardos nessa idade não estudavam nem tinham concluído o nível superior, enquanto entre os brancos este percentual foi de 57,3%.
• Pela primeira vez, mais da metade (53,2%) da população de 25 anos ou mais havia concluído, pelo menos, a educação básica obrigatória, isto é, possuíam ao menos o ensino médio completo. No entanto, para as pessoas de cor preta ou parda, esse percentual foi de 47%, enquanto entre as brancas a proporção era de 60,7%.
• Em 2022, estavam na rede pública de ensino 77,2% dos alunos na creche e pré-escola, 82,5% dos estudantes do ensino fundamental regular e 87,1% do ensino médio regular. Já a rede privada atendia 72,6% dos estudantes do ensino superior e 75,8% da pós-graduação.
• Cerca de 18,3% dos jovens de 14 a 29 anos não concluíram o ensino médio, seja por abandono ou por nunca terem frequentado a escola.
• A necessidade de trabalhar foi a principal justificativa dos jovens com 14 a 29 anos de idade para abandonarem a escola, motivo informado por 40,2% deste grupo etário.
• Entre as 49 milhões de pessoas de 15 a 29 anos de idade no Brasil, 20,0% não estavam ocupadas nem estudando, 15,7% estavam ocupadas e estudando, 25,2% não estavam ocupadas, porém, estudavam e 39,1% estavam ocupadas e não estudavam.
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