Um dos militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no estado do Tocantins, Raimundo Nonato Oliveira, popularmente conhecido como Cacheado, foi assassinado por dois homens na madrugada desta terça-feira, 13. Segundo as investigações da Polícia Civil, os assassinos chegaram encapuzados, invadiram a casa do militante e o executaram com tiros de arma de fogo, em Araguatins.
Conforme o MST, Cacheado era conhecido por sua luta, desde cedo, com as causas sociais. Iniciou sua militância nas comunidades Eclesiais de Bases, participando da Pastoral da Juventude Rural-PJR/CPT. Nos anos 2000, ingressou no MST, contribuiu com movimentos sindicais e partidos políticos, como PT, PCdoB e PSOL.
O MST ainda afirma que tanto o Movimento como o próprio Cacheado sempre foram criminalizados e perseguidos pelos latifundiários, grandes grileiros de terras públicas na região do Bico do Papagaio. Estes, por diversas vezes, entre os anos de 2000 a 2015, tentaram assassinar Cacheado. Porém, ele conseguiu sobreviver às tentativas.
No decorrer do período do governo Bolsonaro, as ações de criminalização e risco de assassinatos de militantes sociais, sobretudo os que lutam pela terra, ficaram evidentes, se acirrando, ainda mais, no período eleitoral e pós eleições neste ano de 2022.
Em nota, o Partido Socialismo e Liberdade do Tocantins lamentou a morte de Cacheado e destacou sua conduta diante das causas sociais; veja a nota.
"Raimundo Nonato, um homem negro, dedicou sua vida à luta pela terra e contra o latifúndio, contra o racismo. Em razão de suas lutas, diversas vezes foi ameaçado de morte e, em momentos de acirramento de conflitos por terras, teve que sair da região do Bico do Papagaio.
Cacheado sempre esteve presente na luta por uma revolução econômica, social, cultural, política e ambiental. Em 2019, iniciou o curso de Serviço Social/PRONERA/UFT objetivando qualificar sua luta em defesa dos direitos do povo do campo. Em 2020 filiou-se ao PSOL e foi nomeado presidente do diretório municipal, dando importante contribuição nos congressos do Partido, por entender que a luta por direitos sociais está ligada à luta política. Nos últimos anos estava se dedicando aos estudos acadêmicos e também ao cuidado com a sua mãe.
O PSOL, comprometido com a luta e proteção dos direitos humanos de camponeses e militantes de defesa de direitos, exige todos os esforços dos órgãos de investigação para que a autoria deste brutal assassinato seja conhecida e os responsáveis, executores e mandantes, sejam punidos.
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