Os produtores de milho deverão colher na segunda safra do cereal 87,4 milhões de toneladas na temporada 2021/22, como aponta o 11º Levantamento da Safra de Grãos divulgado na última semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Com o bom desempenho das lavouras, a atual estimativa da Companhia para a produção total de grãos para esta temporada está em 271,4 milhões de toneladas, acréscimo de 6,2% ao colhido em 2020/21, ou seja, 15,9 milhões de toneladas.
A colheita do milho segunda safra segue avançando e ultrapassa 79% da área plantada, como indica o Progresso de Safra publicado pela estatal nesta semana. Se confirmado, o volume estimado para a segunda safra de milho este valor representa a maior produção registrada na série histórica. O número já considera a redução de produtividade, quando comparado com o levantamento anterior, devido ao impacto da falta de chuva e ataques de pragas em importantes regiões produtoras, como o Paraná. Em relação ao ciclo anterior, o aumento na produção chega a 44%.
Segundo o analista da Scot Consultoria, Felipe Fabbri, esse bom desempenho se dá em virtude de uma movimentação nas exportações no Leste Europeu. “O cenário baixista seguiu na cotação da safra do milho. No acumulado deste mês até o dia 22 de agosto de 1.3% com a referência para Campinas. Este mês baixista é puxado pelo avanço da segunda colheita no país, que vem em um bom ritmo e modo geral e também no mercado internacional, levando em consideração a retomada das exportações no Leste Europeu – Mar Negro”, explica.
Soja
Para a soja, a perspectiva da Conab aponta um cenário recorde na produção, estando projetada em 150,36 milhões de toneladas para a próxima temporada.
A área cultivada deverá crescer 3,54%, puxada pela expectativa de preços atraentes em 2022/23, com a oferta e a demanda mundial da oleaginosa ajustadas. Deverão ser semeadas 42,4 milhões de hectares de soja no próximo ciclo.
A produtividade do ciclo 2022/23 deve apresentar recuperação em relação a atual safra após os problemas climáticos registrados nos estados do Sul do país e em parte do Mato Grosso do Sul.
A Conab estima que a maior disponibilidade do grão deverá impulsionar as exportações para 92 milhões de toneladas, volume 22,2% maior em relação à safra 2021/22, recorde para a cultura.
Mesmo com a estimativa de aumento dos embarques, os estoques finais para a temporada 2022/23 também devem crescer em torno de 3,9 milhões de toneladas em relação ao que é previsto para o ciclo atual, projetados em 9,89 milhões de toneladas.
Estoque
Com baixa disponibilidade de estoques do produto, as exportações de algodão apresentaram um ritmo lento em julho deste ano, quando foram embarcadas 19,68 mil toneladas do produto brasileiro, volume 68,63% menor que o mês de junho e 66,2% menor que o mesmo período do ano passado. A situação só deve mudar em outubro, quando a nova safra estará disponível para comercialização. Já para o arroz e feijão, os números no quadro de suprimentos não apresentaram alterações significativas neste levantamento.
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