Sensação frequente de esgotamento físico e emocional, aumento da agressividade, falta de concentração, lapsos de memória, irritabilidade, mudanças brusca de humor, ansiedade e depressão, os sintomas aqui listados pode estar ligados diretamente a síndrome de burnout, um distúrbio psíquico caracterizado pelo estado de tensão emocional e estresse provocados por condições de trabalho desgastantes, que atinge milhares de pessoas no Brasil e no mundo, principalmente após a pandemia da Covid-19, que alterou as formas de trabalho, aumentando a demanda em home office.
Desenvolvida em pacientes que cuja as profissões exigem o envolvimento interpessoal intenso e direto, além do uso exército do pensamento, a síndrome de Burnout, descrita pela primeira vez 1974, pelo médico estadunidense Freudenberger, atinge profissionais de diversas áreas, tendo destaque educadores, servidores da saúde, recursos humanos, bombeiros, policiais, jornalistas e mulheres, que enfrentam a dupla jornada de trabalho e deveres domésticos, além de jovens que trabalham e estudam ou pessoas que desempenham dupla ou tripla jornada.
Além dos sintomas descritos no início do texto, a síndrome também aumenta o pessimismo e a baixa auto estima dos pacientes, podendo gerar doenças psicossomáticas, como gastrite, dor de cabeça, sudorese, palpitação, mudanças na pressão arterial, crises de asma, sintonia e dores musculares.
O termo “Burnout” vem do inglês e é uma união de duas palavras: “burn”, verbo equivalente a queimar, e “out”, que quer dizer fora, o que significa aquilo que queima de fora para dentro, ou seja, fatos externos que causam muita pressão no interior no psicológico dos pacientes.
Segundo a International Stress Management Association (ISMA-BR) o Brasil é o segundo país com maior número de trabalhadores afetados pela Burnout, dado que assusta já que o país é o maior taxa de pessoas com ansiedade, além de ocupar o quinto lugar no ranking de pessoas com depressão.
De acordo com a psicóloga Vanesca Nunes, uma das formas de prevenir a síndrome de Burnout é evitar situações que causem acúmulo de trabalho além de dupla jornada. “Nossa geração e a nova geração tem se afogado em serviços e demandas que muitas vezes estão além da nossa capacidade de processar. Isso gera um esgotamento, pois essa carga de trabalho e informações é além do que o nosso cérebro consegue trabalhar”, afirma a psicóloga.
Já o psicologo Lucas Galdino destaca que é necessário ter cuidado. “Muitas vezes as pessoas confundem os sintomas da burnout como improdutividade apenas e acabam se cobrando mais e pegando mais trabalho para tentar suprir essa certa incapacidade momentânea. Entretanto, isso vai para além disso, muitas pessoas já constaram problemas de saúde como pressãoalta, desmaios causados pela exaustão e cansaço mental”, completa.
De acordo com os dois especialistas, que atendem pacientes com casos de burnout, a dica é desafogar. “É necessário perceber o que o trabalho está consumindo da sua vida acima do necessário. Durante a pandemia, a casa virou espaço de trabalho, que virou o lugar de diversão e isso tudo acabou acumulando gerando um desgaste imenso na mente de quem trabalha. A dica é manter uma rotina saudável, com horários destinados ao trabalho, a família, a prática de atividade física e ao lazer”, completa Vanesca Nunes.
Lucas Galdino reforça outras formas de evitar o esgotamento no ambiente de trabalho. "Mesmo dentro do trabalho é necessário que o paciente participe de atividades que lhe proporcionem prazer junto aos colegas de trabalho. Também é preciso que as metas sejam estipuladas sem exageros com objetivos que possam ser cumpridos de forma simples e evolutivo”, frisa ao dizer que é importante falar sobre os sentimentos, frustrações e ter uma rotina saudável e sem autocobrança.
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