Tocantins registra alta no número de infecções sexualmente transmissíveis no primeiro semestre deste ano

O número de casos de infecções sexualmente transmissíveis teve alta no estado do Tocantins. Só no primeiro semestre deste ano foram detectados 138 casos de HIV; 33 casos de AIDS; 53 casos de hepatite; 395 casos de sífilis em gestantes e 173 de sífilis congênita. Esses dados fazem parte do Boletim Epidemiológico do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), divulgado pelo Ministério da Saúde.

Para a gerente de Doenças Transmissíveis da SES-TO, Renata Braga, “o reforço deste cuidado durante os períodos de lazer, como a temporada de praia no estado do Tocantins é importante. “A prevenção contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) deve ser rotina durante todo o ano, e, nessa temporada de praia, os cuidados precisam ser redobrados, pois há um aumento significativo dessas doenças devido ao alto consumo de álcool, drogas, festas, o que tornam a população mais vulnerável”.

Para que os municípios estejam preparados, a SES-TO tem realizado um extenso trabalho voltado à prevenção a essas infecções. No primeiro quadrimestre de 2023, foram distribuídas 22.050 unidades de preservativos femininos e 788.688 unidades de preservativos masculinos. Além da distribuição de preservativos, existe a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PreP), que é um novo método de prevenção à infecção pelo HIV. O Estado também faz a liberação de testes rápidos a todos os municípios, o que contribui para o diagnóstico precoce e tratamento adequado das IST?s.

“Temos apoiado os municípios quanto à realização de campanhas de prevenção, testagens e orientações à população quanto às IST?s para a prevenção de todos! E ressaltamos que as ações de prevenção também são de responsabilidade dos municípios”, acrescentou Renata Braga.

O que são ISTs?

ISTs são definidas, pelo Ministério da Saúde, como doenças causadas por vírus, bactérias e outros patógenos, tendo como principal forma de transmissão o contato sexual (oral, vaginal, anal) sem proteção. No geral, essas infecções causam lesões nos órgãos genitais. Mas também podem provocar câncer, complicações na gravidez e no parto, aborto, infertilidade, problemas neurológicos e cardiovasculares e até a morte.

Algumas das ISTs mais comuns e conhecidas são: a Herpes genital, altamente contagiosa causada por um tipo de vírus denominado herpes simplex (HSV); a Infecção por papilomavírus humano (HPV), uma das mais incidentes e que pode ser prevenida com vacina; e Sífilis; infecção bacteriana de órgãos genitais, pele e membranas mucosas, mas que também pode atingir outras partes do corpo, incluindo o cérebro e o coração e o HIV, vírus da Aids.  

Abaixo entenda as doenças, seus sintomas e formas de tratamentos; 

Doença Sintomas Prevenção / Tratamento
Gonorreia e infecção por Clamídia

Na maioria das vezes estão associadas, causando a infecção que atinge os órgãos genitais, a garganta e os olhos. Os sintomas são: dor ao urinar ou no baixo ventre (pé da barriga), corrimento amarelado ou claro, fora da época da menstruação, dor ou sangramento durante a relação sexual.

A maioria das mulheres infectadas não apresentam sinais e sintomas. Já os homens podem apresentar ardor e esquentamento ao urinar, podendo haver corrimento ou pus, além de dor nos testículos.

 

Na presença de qualquer sinal ou sintoma dessas IST, recomenda-se procurar um serviço de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento com antibiótico adequado. As parcerias sexuais devem ser tratadas, ainda que não apresentem sinais e sintomas. A doença não possui vacina. A conduta adequada para o tratamento, deve ser definida por um médico especialista
Herpes Genital Provoca pequenas bolinhas vermelhas na pele muito próximas umas das outras, contendo um líquido rico em vírus, de cor amarelada e com vermelhidão ao redor que causa coceira, afetando principalmente as coxas, anus e órgãos genitais. Além disso, podem causar febre e dor ao urinar e corrimento no caso da mulher.

Na presença de qualquer sinal ou sintoma de herpes genital, recomenda-se procurar um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. A infecção tem tratamento e os seus sinais e sintomas podem ser reduzidos, mesmo que não haja cura (a pessoa permanece com o vírus). Embora exista uma série de estudos sobre vacina profilática contra o herpes simples tipo 2, não existe nenhuma vacina licenciada. A conduta adequada para o tratamento, deve ser definida por um médico especialista.

 

Infecção pelo HTLV

A maioria das pessoas infectadas pelo HTLV não apresentam sinais e sintomas durante toda a vida. Dos infectados pelo HTLV, 10% apresentarão algumas doenças associadas a esse vírus, entre as quais podem-se citar: doenças neurológicas, oftalmológicas, dermatológicas, urológicas e hematológicas (ex.: leucemia/linfoma associada ao HTLV). 

 

O tratamento é direcionado de acordo com a doença relacionada ao HTLV. A pessoa deverá ser acompanhada nos serviços de saúde do SUS e, quando necessário, receber seguimento em serviços especializados para diagnóstico e tratamento precoce de doenças associadas ao HTLV. Usar camisinha masculina ou feminina ? disponíveis gratuitamente na rede pública de saúde ? em todas as relações sexuais e não compartilhar seringas, agulhas ou outro objeto cortante. Não há vacina contra a doença. A conduta adequada para o tratamento, deve ser definida por um médico especialista.

 

Tricomoníase Os sinais e sintomas são: dor durante a relação sexual, ardência e dificuldade para urinar, coceira nos órgãos sexuais, corrimento abundante, amarelado ou amarelo esverdeado, bolhoso. 

Na presença de qualquer sinal ou sintoma de tricomoníase, recomenda-se procurar um profissional de saúde para o diagnóstico correto e indicação do tratamento adequado. As parcerias sexuais devem ser tratadas, ainda que não apresentem sinais e sintomas. Não existe vacina contra a doença. A conduta adequada para o tratamento, deve ser definida por um médico especialista.

 

Condiloma acuminado (Papilomavírus Humano ? HPV) Esta infecção é causada pelo vírus do papiloma humano (HPV), que leva ao crescimento de lesões na pele dos órgãos genitais de homens ou mulheres que podem ter textura suave ou rugosa, cor que varia com o tom de pele e não causam dor mas são contagiosas.

Vacinar-se contra o HPV é a medida mais eficaz de se prevenir contra a infecção. A vacina é indicada para:

Meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos;

Homens que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 26 anos;

Mulheres que vivem com HIV, transplantados de órgãos sólidos, de medula óssea ou pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos.   

Ressalta-se, porém, que a vacina não é um tratamento e não apresenta eficácia contra infecções ou lesões por HPV já existentes. A vacina não previne infecções por todos os tipos de HPV, mas é dirigida para os tipos mais frequentes: 6, 11, 16 e 18. A conduta adequada para o tratamento, deve ser definida por um médico especialista.

 

Sífilis

 

A sífilis é uma doença que provoca feridas e manchas vermelhas nas mãos e pés que não sangram nem causam dor, além de poder provocar cegueira, paralisia e problemas cardíacos, sendo que a transmissão também se dá por transfusão de sangue contaminado e compartilhando seringas ou agulhas e, os primeiros sintomas surgem 3 e 12 semanas após o contágio. 

Não há vacina contra a doença. O tratamento da sífilis é realizado com alguns medicamentos. Após o tratamento completo, é importante continuar o seguimento com coleta de testes não treponêmicos para ter certeza da cura. Todas as parcerias sexuais dos últimos 3 meses devem ser testadas e tratadas para quebrar a cadeia de transmissão. O uso correto e regular da camisinha feminina ou masculina é uma medida importante de prevenção da sífilis. O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal de qualidade contribui para o controle da sífilis congênita. A conduta adequada para o tratamento, deve ser definida por um médico especialista.

 

 

 

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