Nesta quarta-feira, 8 de maio, é Dia Mundial do Câncer de Ovário. Em virtude da data, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) destaca a importância da conscientização sobre essa doença que é a segunda neoplasia ginecológica mais comum, atrás apenas do câncer do colo do útero e a oitava de maior incidência entre as mulheres.
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que entre os anos de 2023 e 2025 sejam diagnosticados anualmente mais de 7 mil novos casos dessa neoplasia no Brasil.
“Não existe um exame específico para rastreamento desse tumor, como é o caso do papanicolau para o câncer de colo de útero ou a colonoscopia para o câncer de colorretal. A ultrassonografia transvaginal, no entanto, pode dar indícios de alterações no ovário que serão melhor investigadas pelo médico. Por isso, a importância de que a mulher faça alguns exames regularmente como estratégia de prevenção”, destaca o o coordenador do serviço de Oncoginecologia do Hospital Geral de Palmas, João Freire de Almeida Neto.
O coordenador acrescenta que o câncer de ovário pode progredir com poucos sintomas, tais como sensação de aumento do volume abdominal, empachamento, alteração do hábito intestinal, mas destaca que esses sinais e sintomas podem ser confundidos com outras patologias mais comuns e que, muitas vezes, não se considera a possibilidade da presença dessa doença. “Tal situação resulta em muitos casos diagnosticados em estágios avançados, comprometendo a qualidade e a expectativa de vida das pacientes”, afirma.
A paciente Maria da Conceição Pereira Milhomen, de 38 anos, de Brejinho de Nazaré, foi diagnosticada com câncer de ovário em 2021, já em estágio avançado, e desde então faz o tratamento e o acompanhamento da doença no Hospital Geral de Palmas. “Desde quando o médico viu minha tomografia, eu fui acolhida e enviada imediatamente para cirurgia de retirada do tumor, que já estava com quase 3 kg, depois passei pela quimioterapia e sigo fazendo acompanhamento com psicólogos, médico da dor e fazendo exames regularmente, pois infelizmente a incidência do câncer voltar no intestino ou na mama, é altíssima”, relata.
Fatores de risco
A doença ocorre predominantemente após a menopausa. Mulheres com história familiar de câncer de ovário em parente de primeiro grau apresentam risco três vezes maior para o desenvolvimento da doença; histórico familiar de câncer de mama também está associado a um risco aumentado de câncer de ovário. Outros fatores reprodutivos e hormonais de risco são a menarca (menstruação) precoce, menopausa tardia, terapia de reposição hormonal, ou protetivos, como multiparidade, uso prolongado de contraceptivos orais e ligadura tubária.
Tratamento
A doença pode ser tratada com cirurgia ou quimioterapia. A escolha vai depender, principalmente, do tipo histológico do tumor, da extensão da doença, da idade, das condições clínicas da paciente e se o tumor é inicial ou recorrente.
No Tocantins, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas Unidades de Assistência de Alta complexidade em Oncologia (Unacons) de Palmas e Araguaína, aproximadamente 20 mulheres fazem tratamento e acompanhamento contra a doença.
Relacionado
Link para compartilhar: