O Diário Tocantinense conversou com Alcides Torres, engenheiro agrônomo e analista de mercado da Scot Consultoria, para entender a situação atual do mercado pecuário em Tocantins. Torres forneceu informações importantes sobre a estabilidade dos preços nas praças pecuárias do estado e os fatores que influenciam essa dinâmica.
“O mercado nas praças pecuárias do estado não mudou, os preços ficaram estáveis. A maioria dos frigoríficos estão com as escalas confortáveis, devido à boa oferta de bovinos, mas isso não é só no Tocantins, não, tem estado assim no Brasil inteiro”, afirmou Torres, destacando a estabilidade nacional do setor.
A falta de chuvas também tem um papel crucial nesse cenário. “Agora a gente tem um intervalo de chuva, então a falta de chuva contribuiu para a redução da capacidade de retenção de bovinos nas pastagens, e isso tem pressionado os pecuaristas, que têm feito uma oferta de gado maior do que o consumo.”
Em termos de preços, Torres detalhou as cotações nas diferentes regiões do estado. Na região norte, o boi gordo está sendo negociado por R$ 200,00, a vaca por R$ 175,00, e a novilha por R$ 180,00, todos os preços brutos e a prazo. O boi China, específico para exportação, está sendo negociado a R$ 205,00, um ágio de R$ 5,00 sobre o preço do boi gordo.
Na região sul do Tocantins, os preços são semelhantes, com o boi gordo a R$ 200,00, a vaca a R$ 177,00, e a novilha a R$ 182,00 por arroba, também preços brutos e a prazo. O boi China nesta região também está sendo negociado a R$ 205,00, mantendo o ágio de R$ 5,00.
Torres alertou para as possíveis consequências do abate de fêmeas no mercado. “A percepção do mercado com as pessoas que nós conversamos é que esse abate de fêmeas que tem acontecido vai acabar pressionando a cotação da arroba do boi gordo, e que em médio, longo prazo, vai resultar numa falta de bezerros. A gente anota isso em algumas categorias de bovinos para a reposição, cujos preços estão mais estáveis.”
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