O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou recentemente a intenção de desenvolver um sistema de defesa antimísseis inspirado no “Domo de Ferro” israelense, visando proteger o território americano contra ameaças aéreas, como mísseis balísticos e hipersônicos. O anúncio foi feito durante uma conferência do Partido Republicano em Miami.
O “Domo de Ferro” é um sistema de defesa aérea utilizado por Israel desde 2011, projetado para interceptar e destruir foguetes de curto alcance e artilharia. Ele possui uma taxa de interceptação de aproximadamente 90%, segundo a empresa militar israelense Rafael.
Especialistas em defesa têm debatido a viabilidade de implementar um sistema semelhante nos Estados Unidos, considerando as diferenças geográficas e estratégicas entre os dois países. O doutor em direito internacional, Vladimir Feijó, observa que a extensão territorial dos EUA é significativamente maior que a de Israel, o que implicaria na necessidade de um número muito maior de baterias antimísseis para cobrir todo o país. Ele afirma: “Precisariam de milhares de baterias para defender os seus pontos estratégicos se fosse no mesmo molde do Domo de Ferro”.
Além disso, Feijó destaca que o sistema israelense foi desenvolvido em parceria com os Estados Unidos e que a intenção de Trump pode ser utilizar a “propaganda da eficiência” do sistema. No entanto, ele ressalta que adaptar essa tecnologia para o contexto americano apresenta desafios significativos, tanto em termos de escala quanto de custo.
O presidente Trump deu um prazo de 60 dias para que o Pentágono apresente um plano viável para a arquitetura e implementação do sistema de defesa. Ele enfatizou a necessidade de iniciar imediatamente a construção desse sistema de defesa de última geração, que será desenvolvido inteiramente em solo americano.
A proposta de Trump remete à Iniciativa de Defesa Estratégica, conhecida como “Star Wars”, lançada pelo presidente Ronald Reagan na década de 1980, que visava desenvolver um sistema de defesa antimísseis para proteger os EUA contra ataques nucleares. Embora a tecnologia da época não permitisse a implementação completa do projeto, a referência sugere uma continuidade na busca por soluções de defesa avançadas.
A comunidade internacional observa com interesse os desdobramentos dessa iniciativa, considerando seu potencial impacto nas dinâmicas de segurança global e nas relações diplomáticas dos Estados Unidos com outras nações.
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