O presidente dos EUA, Donald Trump, e o líder russo, Vladimir Putin, mantiveram uma conversa telefônica de 90 minutos em 12 de fevereiro de 2025, marcando o primeiro diálogo direto entre os dois desde o início da invasão russa à Ucrânia em 2022. O acordo para iniciar negociações imediatasvisando um cessar-fogo foi anunciado por Trump em suas redes sociais, com o Kremlin confirmando a disposição de buscar uma “solução de longo prazo” 311.
Detalhes do acordo e posições divergentes
- Início imediato das negociações:
As equipes dos EUA e da Rússia começaram a trabalhar em um plano de paz, com Trump destacando que “milhões de mortes devem ser evitadas” 3. O secretário de Estado Marco Rubioe o diretor da CIA John Ratcliffe liderarão as tratativas americanas, enquanto o Kremlin enfatizou a necessidade de resolver “as causas profundas do conflito” . - Exclusão da Ucrânia e da OTAN:
Trump afirmou que a adesão da Ucrânia à OTAN é “irrealista”, alinhando-se às exigências russas 48. O secretário de Defesa Pete Hegseth reforçou que as fronteiras pré-2014 (antes da anexação da Crimeia) são “inalcançáveis”, desafiando as esperanças de Kiev. - Encontro na Arábia Saudita:
Trump revelou que o primeiro encontro presencial com Putin ocorrerá “provavelmente na Arábia Saudita”, com mediação do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman
Reações internacionais e tensões
- Ucrânia: O presidente Volodymyr Zelensky foi informado após o diálogo Trump-Putin, gerando críticas sobre a exclusão inicial de Kiev. Zelensky alertou que decisões sem a Ucrânia são “perigosas para o mundo”.
- Europa: Líderes europeus, como o chanceler alemão Olaf Scholz, criticaram a abordagem “egoísta” de Trump, enquanto a França e o Reino Unido prometeram ampliar sanções à Rússia
- ONU: O porta-voz Farhan Haq acolheu os esforços de paz, mas destacou a necessidade de incluir ucranianos e russos nas negociações.
Troca de prisioneiros e gestos de boa vontade
No mesmo dia, EUA e Rússia realizaram uma troca de prisioneiros: o professor americano Marc Fogelfoi libertado em troca de um cidadão russo não identificado. Trump classificou o gesto como “um passo para acabar com a guerra” .
Próximos passos e desafios
- Conferência de Segurança de Munique: Zelensky se reunirá com o vice-presidente americano J.D. Vance em 14 de fevereiro para discutir detalhes do plano de paz .
- Pressão sobre a Europa: Hegseth afirmou que o continente deve assumir a maior parte do custo militar, incluindo tropas de manutenção da paz, o que gerou resistência entre aliados.
- Cronograma de Trump: O republicano prometeu encerrar a guerra em “100 dias”, mas analistas apontam obstáculos, como a exigência russa de reconhecimento das anexações territoriais.
O diálogo Trump-Putin marca uma virada na política externa dos EUA, priorizando negociações bilaterais em detrimento do alinhamento com a OTAN. Enquanto Zelensky busca garantir a soberania ucraniana, a Europa enfrenta o desafio de equilibrar apoio a Kiev com pressões por uma solução rápida. O encontro na Arábia Saudita será decisivo para definir se o cessar-fogo se transformará em paz duradoura — ou em uma trégua frágil
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