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Mulheres ganham menos e trabalham mais: A dura realidade do mercado de trabalho no Brasil e no Tocantins

Nas últimas décadas, a participação das mulheres no mercado de trabalho brasileiro tem aumentado significativamente, refletindo mudanças sociais, econômicas e culturais. No entanto, persistem desafios relacionados à desigualdade salarial, segregação ocupacional e conciliação entre vida profissional e responsabilidades domésticas. Este panorama se intensifica ao analisarmos regiões específicas, como o Norte do Brasil e o estado do Tocantins, onde fatores regionais e culturais influenciam a inserção feminina no mercado de trabalho.

Participação feminina no mercado de trabalho brasileiro

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no segundo trimestre de 2024, o nível de ocupação das mulheres atingiu 48,1%, o maior já registrado desde 2012. Entretanto, este índice ainda é inferior ao dos homens, que registraram 68,3% no mesmo período. Além disso, a taxa de desemprego entre as mulheres foi de 8,6%, enquanto entre os homens foi de 5,6%. Esses números evidenciam a persistência de barreiras estruturais que dificultam a plena inserção feminina no mercado de trabalho.

Desigualdade salarial e segregação ocupacional

A desigualdade salarial é um dos desafios mais persistentes enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho. Em média, as mulheres brasileiras ganham 20% menos que os homens, mesmo quando possuem o mesmo nível de escolaridade e ocupam cargos semelhantes. Essa disparidade é ainda mais acentuada entre mulheres negras, que recebem cerca de 44,4% da renda média dos homens brancos. Além disso, as mulheres estão sub-representadas em cargos de liderança, enfrentando barreiras significativas à ascensão profissional.

Conciliação entre vida profissional e responsabilidades domésticas

Outro desafio significativo é a sobrecarga de responsabilidades domésticas e de cuidado que recai sobre as mulheres. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) de 2022, as mulheres dedicam, em média, 21,3 horas semanais aos afazeres domésticos e cuidados de pessoas, enquanto os homens dedicam 11,7 horas. Essa dupla jornada limita as oportunidades de desenvolvimento profissional das mulheres e contribui para a desigualdade de gênero no mercado de trabalho.

A situação das mulheres no mercado de trabalho no Norte do Brasil

A região Norte do Brasil apresenta particularidades que influenciam a inserção das mulheres no mercado de trabalho.Fatores como menor urbanização, maior prevalência de atividades informais e culturais locais impactam a participação feminina. No Tocantins, por exemplo, a taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho foi de 53,3%, enquanto a dos homens foi de 73,2%, uma diferença de 19,9 pontos percentuais. Além disso, a taxa de informalidade entre as mulheres (39,6%) é maior que a dos homens (37,3%), indicando uma inserção mais precária no mercado de trabalho.

Desigualdade Salarial no Tocantins

No Tocantins, as mulheres ganham, em média, 18,7% a menos que os homens. A remuneração média dos homens é de R$ 2.923,49, enquanto a das mulheres é de R$ 2.377,71. Essa diferença varia de acordo com o grupo ocupacional; em cargos de dirigentes e gerentes, por exemplo, a diferença é de 24,1%. Além disso, mulheres negras recebem, em média, 27,9% a menos que mulheres não negras, evidenciando a interseccionalidade das desigualdades de gênero e raça.

Iniciativas de Empoderamento Feminino no Tocantins

Apesar dos desafios, iniciativas locais buscam promover a inclusão e o empoderamento das mulheres no mercado de trabalho. No Tocantins, 28% dos pequenos negócios são comandados por mulheres, sendo que 87% dessas empresas possuem de um a cinco empregados e 24% das empreendedoras têm formação superior. Além disso, programas como o “Jovem Trabalhador” têm as mulheres como protagonistas, oferecendo oportunidades de capacitação e inserção no mercado de trabalho.

Perspectiva das mulheres tocantinenses

Os desafios enfrentados pelas mulheres no mercado de trabalho tocantinense refletem desigualdades estruturais, mas também mostram a resiliência e a determinação de muitas que lutam por seu espaço. Três mulheres compartilham suas experiências, evidenciando as dificuldades e as conquistas nesse cenário.

Maria Silva, empreendedora em Palmas, abriu seu próprio negócio há cinco anos. Enfrentou preconceitos e barreiras para acessar crédito, mas conseguiu consolidar sua empresa, empregando cinco pessoas. Apesar disso, a jornada dupla segue como um grande desafio diário.

Ana Souza, gerente de vendas em Araguaína, destaca que, mesmo com qualificação e experiência, observa uma disparidade nas promoções dentro do ambiente corporativo. Para ela, a cultura empresarial ainda favorece os homens, tornando mais difícil a ascensão feminina em cargos de liderança.

Carla Oliveira, trabalhadora rural em Gurupi, ressalta que, no campo, a atuação feminina muitas vezes é invisibilizada. Além das atividades agrícolas, as mulheres acumulam funções domésticas e de cuidado, sem reconhecimento ou políticas públicas que amparem suas necessidades.

Diante desse panorama, avanços na promoção da igualdade de gênero no mercado de trabalho passam por medidas concretas. A implementação de políticas públicas que viabilizem a conciliação entre vida profissional e responsabilidades domésticas, como a ampliação de creches e escolas em tempo integral, é essencial. Além disso, a equidade salarial precisa ser garantida por meio de transparência e fiscalização. O incentivo à presença feminina em cargos de decisão e a promoção da educação sobre igualdade de gênero desde a infância são passos fundamentais para transformar esse cenário e construir um mercado de trabalho mais justo e inclusivo para as mulheres.

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