Aprovado com atraso e em meio a pressões partidárias, o Orçamento Federal de 2025 expôs não apenas o enfraquecimento do governo Lula no Congresso, como também reforçou a crescente influência do Legislativo na condução das prioridades nacionais. O episódio reflete um momento de intensa polarização política no país, marcado por disputas entre os extremos e por um centro político cada vez mais ausente dos debates. Nesse contexto, o Diário Tocantinense ouviu o analista político Elias Tavares, que aponta os impactos desse cenário nas articulações para 2026 — tanto no plano nacional quanto na sucessão estadual do Palácio Araguaia, no Tocantins.
Diário Tocantinense – Aprovado com atraso e em meio a pressões partidárias, o Orçamento Federal de 2025 expôs não apenas o enfraquecimento do governo Lula no Congresso, como também reforçou a crescente influência do Legislativo na condução das prioridades nacionais. O episódio reflete um momento de intensa polarização política no país, marcado por disputas entre os extremos e por um centro político cada vez mais ausente dos debates. Nesse contexto, o Diário Tocantinense ouviu o analista político Elias Tavares, que aponta os impactos desse cenário nas articulações para 2026 — tanto no plano nacional quanto na sucessão estadual do Palácio Araguaia, no Tocantins.
O Orçamento de 2025 e a força do Congresso
A votação do orçamento foi marcada por tensão. O governo federal, para garantir a aprovação, precisou liberar emendas parlamentares represadas e ceder espaço ao Congresso, que hoje controla cerca de R$ 50 bilhões em emendas — R$ 39 bilhões deles de execução obrigatória, muitas sob o comando de comissões dominadas pela oposição.
Enquanto isso, áreas estratégicas como educação, ciência e assistência social sofreram cortes que somam aproximadamente R$ 9 bilhões. Programas com apelo popular e eleitoral, como o Auxílio Gás, tiveram o orçamento triplicado. Já o programa Pé de Meia, voltado ao incentivo de permanência de jovens no ensino médio, recebeu apenas R$ 1 bilhão dos R$ 13 bilhões necessários.
Polarização e ausência do centro
Para o analista Elias Tavares, a maior consequência do atual cenário político é a orfandade do centro político no Brasil.
“Hoje temos dois extremos que falam sozinhos. Lula nomeia aliados históricos do PT, Bolsonaro mantém-se restrito à sua base. Nenhum dos dois dialoga com o centro. E é nesse vazio que surgem as apostas da direita mais pragmática”, afirma.
Enquanto Lula reforça o núcleo ideológico do governo com lideranças tradicionais do PT, Jair Bolsonaro continua se posicionando dentro de sua bolha de apoiadores. Ambos seguem alimentando a polarização, que deve ser determinante na disputa de 2026.
Caminhos da direita: Tarcísio em alta
Com a desistência pública do cantor Gustavo Lima de se candidatar à Presidência e o consequente enfraquecimento do nome de Ronaldo Caiado, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, desponta como uma alternativa consolidada na direita.
“Tarcísio tem entregas concretas, discurso moderado e alta aprovação. Consegue dialogar com conservadores e com o eleitorado de centro”, avalia Elias.
Hoje, Tarcísio é o governador mais bem avaliado do país, segundo pesquisas de opinião. Seu nome é considerado forte para um possível segundo turno presidencial.
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