Criminosos aplicam golpe com dados da Prefeita de Palmas; especialista explica como informação pessoal é vazada

Os golpes realizados via WhatsApp estão cada vez mais comuns e o número de pessoas afetadas tem crescido. Esta semana quem não saiu ilesa foi a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB). Pelas redes sociais ela relatou na terça-feira, 10, que um número falso estava pedindo dinheiro em seu nome.

Na publicação, a Prefeita divulgou vários prints de conversas do WhatsApp que mostram como o autor do crime abordou familiares e amigos por mensagem. ”Nem mesmo a prefeita está imune ao golpe do WhatsApp falso pedindo dinheiro”, legendou na publicação.

Print prefeita

Como os golpistas agem?

Um número desconhecido entra em contato pelo WhatsApp, mas a foto é de uma pessoa familiar. Esta é a premissa do novo golpe que circula no aplicativo de mensagens do grupo Meta — antigo Facebook. O objetivo dos criminosos é o mesmo: extorquir usuários que se deixam levar apenas pela imagem conhecida no perfil.

A estrutura do golpe é simples e começa com o criminoso enviando uma mensagem em que diz que trocou de número, geralmente por ter deixado o telefone antigo em uma assistência técnica. Logo em seguida o estelionatário pede ajuda à vítima alegando que precisa fazer um pagamento, mas que está sem o aplicativo do banco no celular provisório.

Como têm acesso? 

Segundo Filipe Abrantes, analista e codificador de software, nesse golpe o estelionatário tem a vantagem de ter informações pessoais, como o nome de familiares próximos, CPF, Número de Telefone. Isso acontece porque muitos usuários tem seus dados expostos de maneira ilegal.

“Nossos dados estão expostos em muitos lugares, principalmente os dados de pessoas que já tiveram MEI (Micro Empreendedor Individual) ou já participaram de concurso, às vezes o resultado é aberto e contém o RG ou outro dado pessoal. Mas os dados um pouco mais sensíveis, como o telefone, nome da mãe, do pai e endereço, podem ter sido conseguidos por lista de vazamento. Quando alguma empresa grande que presta algum serviço/produto é hackeada, essas listas são vendidas ou compartilhadas”, explica Filipe Abrantes. 

De acordo com os dados do levantamento da SurfShark, empresa especializada em privacidade, o Brasil foi o 12º país mais atingido por vazamentos de dados durante o primeiro trimestre de 2021. No período entre janeiro e março deste ano, 286 mil usuários de todo o país tiveram informações expostas na internet, entre volumes contendo e-mails, senhas, números de telefone e outras entradas sensíveis.

Em 2021, os brasileiros foram surpreendidos com uma sequência quase interminável de incidentes de segurança tanto no setor público, com o ConecteSUS, Ministérios da Saúde, da Economia e do Trabalho, Polícia Rodoviária Federal e Controladoria Geral da União, quanto no setor privado, com os vazamentos da Experian, Magazine Luiza, Mercado Livre, Shopee, Amazon e Americanas.

Estima-se que mais de 220 milhões de dados pessoais tenham sido expostos, os quais provavelmente estão sendo vendidos neste exato momento de forma ilegal. A vulnerabilidade na segurança de informação ficou marcada para sempre, deixando comprovado que o setor de cibersegurança está longe de ser seguro.

O que fazer?

Além do boletim de ocorrência, a denúncia também pode ser feita diretamente para o e-mail 'support@whatsapp.com'. Quanto mais informações para demonstrar a estratégia utilizada para o golpe e possível identificação de autoria, melhor. 

Aplicar golpes virtuais pode resultar em prisão? 

De acordo com a Lei 14.155/21, a prática de fraudes, estelionatos, invasão de dispositivos com o intuito de furtar, apagar ou alterar dados nos meios digitais, incluindo os golpes via WhatsApp, pode resultar em uma condenação de quatro a oito anos de prisão.

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