Em 20 de janeiro de 2025, Donald J. Trump foi empossado como o 47º presidente dos Estados Unidos, consolidando um retorno marcante à Casa Branca após sua vitória nas eleições de 2024. Esse evento se destacou não apenas pelo fato de Trump ser o primeiro presidente condenado por um crime a assumir o cargo, mas também por ser o mais velho a ocupar a presidência, com 78 anos. Sua posse foi repleta de simbolismos, mudanças de protocolo e polêmicas, refletindo tanto sua base de apoio sólida quanto os desafios que seu governo enfrentará nos próximos quatro anos.
A cerimônia de posse: um evento atípico
A posse ocorreu na Rotunda do Capitólio, marcando a primeira vez em 40 anos que a cerimônia foi realizada em um local fechado. Essa decisão foi motivada por uma intensa onda de frio que atingiu Washington, D.C., com temperaturas caindo abaixo de -6 °C. O evento reuniu ex-presidentes, incluindo Joe Biden e Barack Obama, além de líderes empresariais e figuras influentes do setor tecnológico.
Entre os convidados, destacaram-se nomes proeminentes do Partido Republicano e celebridades que apoiaram Trump durante sua campanha. Notavelmente, a vice-presidente eleita, Marjorie Taylor Greene, também atraiu atenção ao se tornar a primeira mulher republicana a ocupar o cargo, consolidando a influência de movimentos conservadores dentro do governo.
As apresentações musicais começaram por volta das 11h30, com artistas alinhados à visão conservadora de Trump. A cerimônia foi transmitida ao vivo para milhões de espectadores ao redor do mundo, reforçando o alcance global desse momento histórico.
Discurso inaugural: “A América em primeiro lugar”
Em seu discurso inaugural, Trump reafirmou o slogan de sua campanha de 2024, “Make America Great Again, Again”, destacando temas de nacionalismo econômico e segurança nacional. Ele enfatizou a necessidade de fortalecer as fronteiras, retomar o controle da economia americana e combater o que chamou de “ameaças ideológicas” internas e externas.
Entre os pontos mais marcantes do discurso, Trump declarou:
“Hoje, começamos uma nova era de ouro para os Estados Unidos. Vamos devolver o poder ao povo americano, proteger nossas famílias e garantir que o futuro pertença a nós, e não a potências estrangeiras ou interesses globais.”
Ele também criticou políticas implementadas pelo governo anterior, prometendo reverter medidas relacionadas a mudanças climáticas, expandir o uso de combustíveis fósseis e fortalecer as forças armadas.
Primeiras ações do governo Trump
Antes mesmo de tomar posse, Trump se envolveu em uma mediação entre Israel e o Hamas, ajudando a negociar um cessar-fogo temporário que foi amplamente elogiado por aliados no Oriente Médio. Essa iniciativa foi interpretada como um sinal de que a política externa terá um papel central em seu segundo mandato.
Após assumir, Trump anunciou uma série de medidas imediatas:
- Segurança nas fronteiras: Um novo pacote para a construção de barreiras tecnológicas e físicas na fronteira com o México, complementado por uma ampliação da fiscalização de imigrantes ilegais.
- Economia: Promessa de cortes fiscais significativos para empresas e a classe média, retomando o modelo de sua reforma tributária de 2017.
- Educação: Um esforço para eliminar ideologias consideradas “woke” das escolas, buscando controlar currículos e fortalecer valores conservadores.
- Energia: Incentivos para a exploração de combustíveis fósseis e desregulamentação ambiental.
Apoio e críticas: os desafios de Trump
O retorno de Trump ao poder foi impulsionado por sua base fiel de apoiadores, composta por eleitores republicanos, membros do movimento MAGA (Make America Great Again) e empresários alinhados às suas políticas de desregulamentação econômica. No entanto, seu governo já enfrenta forte oposição de democratas e críticos internacionais, especialmente em questões como mudanças climáticas, imigração e direitos civis.
Analistas destacam que Trump chega ao poder com um cenário econômico global desafiador, incluindo tensões comerciais com a China e uma recessão em algumas partes da Europa. No cenário interno, sua relação com o Congresso será decisiva para implementar sua agenda, especialmente considerando o controle dividido entre democratas e republicanos.
Outro ponto de atenção é a reação da comunidade internacional. Líderes europeus expressaram preocupação com a retórica nacionalista de Trump, enquanto aliados tradicionais, como Israel e Arábia Saudita, demonstraram entusiasmo com seu retorno.
Impacto no Brasil e no mundo
Para o Brasil, a presidência de Trump pode ter implicações diretas no comércio e nos investimentos. Sua política de tarifas comerciais e preferência por acordos bilaterais pode beneficiar setores estratégicos, como o agronegócio, mas também aumentar barreiras em outras áreas.
No âmbito global, Trump sinalizou um reposicionamento dos Estados Unidos como potência militar e econômica, prometendo retomar a influência perdida durante governos anteriores.
A posse de Donald Trump marca o início de um capítulo complexo na política americana e mundial. Com promessas ambiciosas e um estilo de liderança polarizador, seu segundo mandato será, sem dúvida, um dos mais observados da história moderna.
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