Em um discurso transmitido ao vivo nesta quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenski, propôs um cessar-fogo imediato como parte de uma iniciativa para buscar a pacificação no conflito que assola o leste do país há quase uma década. A proposta foi feita durante uma reunião com líderes internacionais e representantes de organizações humanitárias, em um momento em que os combates entre forças ucranianas e separatistas apoiados pela Rússia se intensificaram nas últimas semanas.
Zelenski, que chegou ao poder em 2019 com a promessa de resolver o conflito, afirmou que a medida é “um passo necessário para salvar vidas e reconstruir a confiança entre as partes”. Ele destacou que o cessar-fogo deve ser acompanhado de negociações políticas e de um plano de reconstrução para as áreas mais afetadas pela guerra. “A paz não é apenas a ausência de tiros, mas a presença de justiça e dignidade para todos os cidadãos”, declarou.
A proposta foi recebida com cautela por analistas internacionais. Enquanto alguns veem a iniciativa como uma oportunidade para reiniciar as negociações de paz, outros questionam a viabilidade do acordo, dada a complexidade do conflito e a falta de consenso entre os atores envolvidos. A Rússia, que nega envolvimento direto no conflito, mas é amplamente reconhecida como apoiadora dos separatistas, ainda não se pronunciou oficialmente sobre a proposta.
Organizações humanitárias, por sua vez, celebraram a iniciativa. “Um cessar-fogo permitiria o acesso a áreas que estão isoladas há meses, onde a população sofre com a falta de alimentos, medicamentos e infraestrutura básica”, afirmou um representante da Cruz Vermelha Internacional. Dados das Nações Unidas indicam que mais de 14 mil pessoas já morreram no conflito desde 2014, e milhões foram deslocadas.
A comunidade internacional tem pressionado por uma solução diplomática, mas os esforços anteriores, como os Acordos de Minsk, falharam em trazer uma paz duradoura. Agora, a proposta de Zelenski coloca o foco novamente na necessidade de diálogo, mas especialistas alertam que a implementação de um cessar-fogo exigirá monitoramento rigoroso e compromisso de todas as partes.
Enquanto isso, a população do leste da Ucrânia vive entre a esperança e o ceticismo. “Já ouvimos promessas antes, mas os tiros nunca param por muito tempo”, disse uma moradora de Donetsk, que preferiu não se identificar. “Queremos paz, mas precisamos de ações concretas, não apenas palavras.”
O próximo capítulo desse conflito complexo e prolongado dependerá da resposta das partes envolvidas e do apoio da comunidade internacional. Por enquanto, a proposta de Zelenski acende uma frágil chama de esperança em meio a um cenário de incertezas.
Link para compartilhar: