Cidade do Vaticano, 29 de abril de 2025 — Com a morte do Papa Francisco em 21 de abril, o Vaticano se organiza para um dos momentos mais decisivos da Igreja Católica: a realização do Conclave, que escolherá o novo líder espiritual de 1,3 bilhão de católicos no mundo.
A eleição está marcada para começar em 7 de maio, na Capela Sistina, reunindo 135 cardeais eleitores, dos quais cerca de 80% foram nomeados pelo próprio Francisco, refletindo a diversidade e a orientação reformista que caracterizaram seu pontificado.
Favoritos ao papado: perfis em destaque
O perfil do futuro papa é tema central entre analistas e vaticanistas.
O consenso é que o colégio de cardeais deve buscar um sucessor que mantenha a linha de abertura social, atenção aos pobres e defesa de questões ambientais.
Entre os nomes mais cotados estão:
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Pietro Parolin (Itália): atual Secretário de Estado do Vaticano, conhecido por sua forte habilidade diplomática e moderação.
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Luis Antonio Tagle (Filipinas): prefeito do Dicastério para a Evangelização, carismático, apelidado de “Francisco asiático” por sua visão pastoral.
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Matteo Zuppi (Itália): arcebispo de Bolonha, associado à Comunidade de Santo Egídio, defensor do diálogo inter-religioso.
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Peter Turkson (Gana): respeitado pela atuação em justiça social e desenvolvimento humano integral, representando a África no cenário eclesial.
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Jean-Marc Aveline (França): arcebispo de Marselha, engajado no diálogo com o Islã e em causas sociais.
“A sucessão deve reforçar o espírito de uma Igreja em saída, descentralizada e atenta às periferias existenciais do mundo” — avalia o vaticanista Andrea Tornielli, do Vaticano News.
Representação brasileira: sete cardeais no Conclave
O Brasil, maior país católico do mundo, terá peso expressivo no Conclave, com sete cardeais eleitores:
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Dom Jaime Spengler (Porto Alegre)
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Dom Odilo Scherer (São Paulo)
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Dom Sergio da Rocha (Salvador)
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Dom Leonardo Steiner (Manaus)
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Dom Paulo Cezar Costa (Brasília)
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Dom João Braz de Aviz (Roma, na Cúria)
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Dom Orani João Tempesta (Rio de Janeiro)
A forte presença latino-americana reflete o legado de Francisco, que reforçou a importância das Igrejas locais e das vozes do Sul Global no governo da Igreja.
Como funciona o Conclave
O processo de eleição seguirá o protocolo tradicional:
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Os cardeais se reúnem em isolamento absoluto na Capela Sistina.
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São realizadas até quatro votações diárias (duas pela manhã e duas à tarde).
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Para ser eleito, um candidato precisa alcançar dois terços dos votos.
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A fumaça branca que emerge da chaminé da Capela anuncia ao mundo a escolha do novo pontífice.
A expectativa é que o novo papa seja apresentado em até uma semana após o início das votações.
Continuidade e renovação
Especialistas ressaltam que a escolha do novo pontífice será estratégica para assegurar a continuidade das reformas impulsionadas por Francisco — como a sinodalidade, a aproximação inter-religiosa e o fortalecimento das pautas ambientais e sociais.
“O sucessor de Francisco não será apenas um guardião da fé, mas também um gestor das mudanças que ele próprio iniciou” — resume Marco Politi, analista de assuntos vaticanos.
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