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Populismo, alianças e desgaste político: Macron e Bolsonaro revelam estratégias convergentes em tempos de crise

Em meio a contextos políticos distintos, mas marcados por desafios semelhantes, o presidente francês Emmanuel Macron e o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro se movimentam para preservar ou ampliar seus espaços de poder, apostando em estratégias que misturam aproximações com setores conservadores, busca por novas alianças e tentativas de conter o desgaste político.

Na França, Macron enfrenta um novo ciclo de manifestações populares impulsionadas por sua política de imigração. Aprovada sob forte resistência social e parlamentar, a nova lei endurece regras para deportações e restringe o acesso de imigrantes a benefícios sociais. Em pronunciamento recente, o presidente defendeu a medida como “um escudo que a França precisava para não perder o controle sobre sua política migratória”. A declaração, no entanto, não impediu a eclosão de protestos em diversas cidades e tampouco evitou fissuras internas: o ministro da Saúde, Aurélien Rousseau, renunciou ao cargo em oposição ao texto sancionado.

Embora Macron negue que a legislação represente uma guinada à direita, o apoio parlamentar recebido de legendas conservadoras e da extrema-direita alimenta críticas de que o presidente estaria, na prática, incorporando pautas tradicionalmente vinculadas a seus adversários para conter o avanço político desses setores. A aposta, ainda incerta, visa frear o crescimento da líder ultradireitista Marine Le Pen e recuperar parte da base eleitoral perdida após anos de reformas impopulares, como a da previdência.

Enquanto Macron atua para preservar capital político em meio a um governo minoritário e sob pressão das ruas, no Brasil Jair Bolsonaro articula sua volta ao centro da cena política. A aliança com Gilberto Kassab, presidente do PSD, ganha força nos bastidores e é vista como um movimento decisivo para as eleições de 2026. Em reuniões recentes, Bolsonaro indicou disposição para ampliar sua coalizão, mirando partidos como União Brasil e Republicanos, e reconhecendo a necessidade de interlocução com o chamado “Centrão” — bloco que foi fundamental para a governabilidade durante seu mandato.

Kassab, por sua vez, declarou que “ganha as eleições em 2026 quem avançar para o centro”, sinalizando que a reconfiguração das forças políticas brasileiras passa pela capacidade de Bolsonaro ampliar sua base além dos núcleos mais radicalizados de apoio. Embora lidere com folga a oposição ao presidente Lula, Bolsonaro enfrenta obstáculos: além das pendências judiciais, precisa se reinventar politicamente para além do bolsonarismo raiz e ampliar o diálogo com setores econômicos e políticos mais moderados.

O contraste entre Macron e Bolsonaro, ainda que marcado por diferenças institucionais e culturais evidentes, revela um traço comum nas democracias contemporâneas: a necessidade de modulação política em meio ao desgaste popular. Ambos os líderes buscam estratégias para consolidar ou recuperar apoio, apostando, cada um à sua maneira, na interlocução com forças que tradicionalmente estiveram fora de suas coalizões originais.

Se Macron recorre a uma aproximação calculada com setores conservadores para manter a governabilidade e conter a extrema-direita, Bolsonaro, afastado do poder, busca justamente recompor uma base ampla o suficiente para viabilizar seu retorno. Os dois casos expõem como o populismo, a construção de alianças pragmáticas e o desgaste político são fenômenos interligados, mesmo em democracias distantes geograficamente e distintas em suas instituições.

Este movimento reforça uma tendência global: o esgarçamento das fronteiras ideológicas em prol de estratégias de sobrevivência política. A França de Macron e o Brasil de Bolsonaro, cada qual à sua maneira, ilustram como o equilíbrio entre convicção e pragmatismo segue sendo um dos principais desafios dos líderes contemporâneos.

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