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Consumo abusivo de álcool cresce no Tocantins

Estado apresenta alta preocupante no binge drinking, atingindo adultos e jovens; especialistas alertam para impactos na saúde pública e desafios de prevenção.

O Tocantins vive uma realidade preocupante em relação ao consumo abusivo de álcool, especialmente no padrão binge drinking – ingestão de grandes quantidades de bebida alcoólica em curto período. Dados do relatório Álcool e a Saúde dos Brasileiros 2023, divulgado pelo Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), apontam que 22,5% da população adulta do estado admite episódios frequentes desse comportamento, uma das taxas mais altas da região Norte.

Embora o consumo per capita anual da região Norte seja de 5,3 litros – abaixo da média nacional de 6,3 litros –, o Tocantins se destaca negativamente por práticas de risco, sobretudo entre homens de 25 a 54 anos. Além disso, especialistas ressaltam a alta taxa de iniciação precoce no consumo entre adolescentes, com graves consequências físicas e psicológicas.

Impactos preocupantes na saúde pública

O abuso de álcool tem consequências diretas para o sistema de saúde do Tocantins. Além do aumento nas internações por doenças hepáticas e transtornos mentais, há elevação nos índices de acidentes de trânsito, violência doméstica e absenteísmo no trabalho, gerando desafios econômicos e sociais.

A médica clínica geral Dra. Marina Rodrigues, que atua em hospitais públicos no estado, explica que o álcool é responsável por uma parcela significativa das complicações atendidas diariamente.

“Atendemos muitos casos de cirrose hepática, intoxicação alcoólica, além de acidentes graves que têm o álcool como fator desencadeante. É uma situação alarmante, principalmente porque muitas dessas condições poderiam ser evitadas com conscientização e tratamento adequado”, afirma a médica.

Segundo a especialista, o impacto é mais severo em municípios menores, onde a infraestrutura hospitalar é limitada. Ela alerta ainda que, muitas vezes, as famílias não percebem a gravidade do consumo abusivo até que os sintomas mais avançados apareçam.

Jovens e consumo precoce

Outro dado preocupante no Tocantins é a iniciação precoce no consumo de álcool. No Brasil, o primeiro contato ocorre, em média, entre 12 e 14 anos, e o cenário no estado não é diferente. A psicóloga Carla Mendes, especialista em dependência química, destaca os danos emocionais e cognitivos do consumo precoce.

“O uso de álcool na adolescência impacta diretamente o desenvolvimento cerebral. É uma fase de formação cognitiva e emocional. Jovens que abusam do consumo podem desenvolver quadros de ansiedade, depressão e até transtornos de dependência na vida adulta. Esse problema se agrava quando o ambiente familiar ou escolar não identifica ou intervém a tempo”, explica a psicóloga.

Para Carla, políticas públicas regionais são fundamentais para combater o avanço dessa prática entre os mais jovens. “O desafio é trabalhar com campanhas educativas voltadas para as famílias e escolas, além de fiscalizar com mais rigor a venda de bebidas a menores de idade. A educação e o diálogo ainda são as maiores ferramentas de prevenção”, complementa.

Estratégias para enfrentar o problema

Especialistas defendem a ampliação de políticas preventivas no Tocantins, com ações adaptadas à realidade regional. Segundo a médica Marina Rodrigues, o estado precisa investir em programas contínuos de conscientização e facilitar o acesso ao tratamento em unidades de saúde pública.

“É preciso criar programas específicos de atendimento para dependentes e focar em campanhas que alertem sobre os danos do consumo abusivo. Além disso, o suporte psicológico e a oferta de atividades de lazer saudáveis podem ajudar a reduzir a procura pelo álcool como válvula de escape”, destaca.

No Tocantins, a combinação de fatores sociais e a falta de infraestrutura adequada dificultam o combate ao problema. Carla Mendes ressalta que o investimento em educação e saúde mental é a chave para evitar que o consumo abusivo se torne um ciclo geracional.

“Sem a conscientização e o apoio das autoridades, a situação tende a se agravar. Precisamos olhar para a saúde mental da população, especialmente em tempos de desafios econômicos e sociais que aumentam a vulnerabilidade ao consumo de álcool”, conclui a psicóloga.

Cenário exige respostas urgentes

O relatório do CISA reforça que o consumo abusivo de álcool tem impactos profundos não apenas na saúde individual, mas também no desenvolvimento econômico e social do Tocantins. A implementação de políticas públicas eficazes, campanhas de conscientização e melhorias no atendimento à saúde são fundamentais para conter o avanço do problema no estado.

A urgência em enfrentar o binge drinking e suas consequências reforça a necessidade de uma abordagem integrada entre governo, sociedade e especialistas, com foco em educação, fiscalização e suporte à saúde.

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