Desde 2017, o Brasil tem recebido voos regulares com deportados provenientes de diversos países, especialmente dos Estados Unidos. Esses brasileiros, em sua maioria, foram detidos por situações de imigração irregular ou por violação de leis locais. Recentemente, um voo com 88 cidadãos desembarcou no Aeroporto Internacional de Confins, em Minas Gerais, evidenciando a continuidade desse fluxo migratório de retorno forçado.
Assessor do Itamaraty: voos seguem padrão estabelecido em 2017
Em off, um assessor do Itamaraty revelou à reportagem que “as deportações estão acontecendo com um voo em 88 brasileiros em Confins. Nossos consulados estão dando apoio aos brasileiros que ali estão por lá, só assistência”. Segundo ele, o foco do governo brasileiro é oferecer suporte humanitário e orientações legais aos deportados ainda em território estrangeiro, sem interferir nas decisões das autoridades locais.
Embora alguns deportados relatem situações precárias nas detenções antes do retorno, as autoridades diplomáticas destacam que os consulados brasileiros nos Estados Unidos e em outros países continuam atuando para garantir o mínimo de dignidade aos cidadãos nessas circunstâncias.
Deportações não estão relacionadas ao novo governo norte-americano
Desde o início do governo Biden, em 2021, a política de deportação tem seguido critérios estabelecidos anteriormente, incluindo os implementados durante a gestão Trump. A principal mudança está na priorização de deportações por razões criminais e a tentativa de acelerar processos judiciais de imigração, mas o envio de voos com brasileiros que não têm permissão para permanecer no país continua.
Ainda assim, especialistas em imigração avaliam que os desafios enfrentados pelos brasileiros se mantêm constantes, independentemente de quem esteja no comando da política migratória dos EUA. Dados do governo norte-americano mostram que muitos deportados são pegos ao tentar cruzar ilegalmente a fronteira com o México, um cenário que se intensificou nos últimos anos.
O fluxo contínuo desde 2017
Os voos com deportados começaram a ser uma prática sistemática em 2017, como parte de acordos entre o Brasil e países estrangeiros. As deportações são custeadas pelas nações de origem dos voos, que se responsabilizam pela logística do transporte. Desde então, milhares de brasileiros já retornaram dessa forma ao país, muitas vezes enfrentando desafios econômicos e sociais após o desembarque.
Apesar do aumento nos números, o governo brasileiro não informou mudanças significativas em sua abordagem em relação aos deportados. O Ministério das Relações Exteriores mantém um protocolo de assistência, mas o acompanhamento pós-retorno ainda é limitado, recaindo muitas vezes sobre organizações não governamentais e redes de apoio locais.
Histórias de esperança e desespero
Entre os deportados, as histórias de esperança e desespero se misturam. Muitos relatam terem arriscado suas economias em busca do sonho americano, mas enfrentaram dificuldades para se estabelecer legalmente. Outros, detidos por pequenos delitos, se viram em situações sem saída.
Ao desembarcar no Brasil, eles enfrentam novos desafios, como a reintegração ao mercado de trabalho e o recomeço em uma realidade que muitas vezes contrasta com as expectativas criadas antes da jornada migratória.
A realidade dos deportados evidencia a complexidade do fluxo migratório atual e os desafios que tanto governos quanto cidadãos enfrentam em um cenário globalizado e, ao mesmo tempo, marcado por políticas migratórias cada vez mais rígidas.
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