O novo Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (20/2), aponta uma tendência crescente de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em diversas regiões do Brasil. O Tocantins está entre os estados em alerta, ao lado de Distrito Federal, Goiás, Sergipe, Rondônia, Amazonas e Roraima. A análise considera dados da Semana Epidemiológica (SE) 14, correspondente ao período de 9 a 15 de fevereiro de 2025.
Crescimento de SRAG entre crianças e adolescentesNo Tocantins e em Goiás, o aumento de casos tem se destacado entre crianças e adolescentes de até 14 anos, especialmente após o retorno às aulas. A pesquisadora Tatiana Portella, do Programa de Computação Científica da Fiocruz, explicou que a circulação intensa de crianças em ambientes fechados favorece a transmissão de vírus respiratórios, incluindo o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), principal agente causador da SRAG em bebês de até dois anos.
“A recomendação é que os pais ou responsáveis evitem enviar crianças com sintomas gripais para a escola. Se não houver alternativa, o uso de máscara é indicado”, reforça Tatiana Portella.
Impacto entre idosos e aumento da Covid-19Além das crianças, idosos e grupos de risco também precisam de atenção redobrada, especialmente diante do crescimento da Covid-19 em algumas regiões. O boletim destaca que os estados do Norte e Centro-Oeste apresentam manutenção no aumento dos casos de SRAG associados ao coronavírus.
Em Tocantins, Mato Grosso e Rondônia, os casos seguem em alta entre jovens e adultos, o que levanta preocupações sobre a cobertura vacinal.
“A vacinação continua sendo a principal ferramenta de proteção contra casos graves. Para os idosos e pessoas de grupos prioritários, a recomendação é tomar doses anuais ou semestrais, conforme orientação das autoridades de saúde”, alerta a especialista.
Capitais em situação de riscoO aumento da SRAG também tem sido observado nas capitais brasileiras. O levantamento mostra que oito capitais estão em alerta ou alto risco, incluindo Palmas (TO), Brasília (DF), Goiânia (GO), Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Cuiabá (MT), Teresina (PI) e Porto Velho (RO). Dessas, sete registraram crescimento expressivo de casos nas últimas semanas epidemiológicas.
Dados nacionais e vírus respiratórios em circulaçãoNo Brasil, 11.037 casos de SRAG foram notificados no ano epidemiológico de 2025. Entre os casos confirmados, os principais vírus identificados são:
50,2% – Sars-CoV-2 (Covid-19)
20,2% – Rinovírus
14,7% – Vírus Sincicial Respiratório (VSR)
7% – Influenza A
2,1% – Influenza B
Esses dados indicam que a Covid-19 ainda é a principal causa de SRAG no país, seguida pelo rinovírus e pelo VSR, que impacta diretamente o público infantil.
Recomendações e medidas preventivasDiante do cenário preocupante, especialistas reforçam medidas preventivas para reduzir a transmissibilidade dos vírus respiratórios:
✔ Evitar levar crianças doentes para a escola
✔ Usar máscaras em ambientes fechados e de alta circulação
✔ Manter a vacinação em dia, principalmente para grupos prioritários
✔ Reforçar a higiene das mãos e evitar contato com pessoas sintomáticas
Com o avanço dos casos, autoridades estaduais seguem monitorando a situação para adotar novas estratégias de combate à SRAG e minimizar os impactos no sistema de saúde.
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