O governador de Tocantins, Wanderlei Barbosa (Republicanos), e seu vice, Laurez Moreira (PDT), estão enfrentando um rompimento político cada vez mais evidente. A crise entre os dois, que já vinha sendo especulada nos bastidores, foi confirmada com medidas administrativas que afetam diretamente Laurez. Uma delas foi a suspensão de seu cartão corporativo, o que gerou repercussão no meio político.
Corte do cartão corporativo
O colunista Igor Gadelha, do portal Metrópoles, revelou que o governo do Tocantins retirou o cartão corporativo do vice-governador Laurez Moreira. A informação foi confirmada pelo próprio governo em nota oficial, que justificou a decisão como parte de uma “estratégia preventiva para equilibrar as contas públicas, garantir maior eficiência na gestão financeira e fortalecer a capacidade de investimento do estado”.
A justificativa, no entanto, levantou questionamentos, já que o governo de Wanderlei Barbosa enfrenta problemas fiscais sérios. Em 2024, os gastos com a folha de pagamento atingiram 46,32% da Receita Corrente Líquida, aproximando-se do limite prudencial de 46,55%. A decisão de cortar o cartão corporativo do vice-governador gerou suspeitas de que a medida teria motivações políticas, e não apenas fiscais.
Tensões entre governador e vice
Em entrevista exclusiva à Gazeta do Cerrado, Wanderlei Barbosa deixou claro seu descontentamento com Laurez Moreira. Ele afirmou que o vice-governador estaria se aproximando da oposição e criticou sua postura:
“Qual é o compromisso que vou ter com alguém que assume o governo por 10 dias, se junta com a oposição e faz as piores coisas contra o governo?”, disse Barbosa.
O governador também se mostrou irritado com as agendas políticas de Laurez, principalmente quando o vice participou de um encontro com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, para discutir a inclusão da Travessia da Ilha do Bananal no Projeto de Integração Nacional. A avaliação de aliados de Wanderlei é que o vice-governador estaria tentando se promover politicamente à custa da gestão estadual.
Articulações para 2026
A crise interna acontece em um momento decisivo para a formação de alianças para as eleições de 2026. Wanderlei Barbosa reafirmou que não será candidato no próximo pleito, mas disse que há movimentações para desestabilizar sua base política. Ele destacou que o partido terá um nome na disputa majoritária e mencionou o nome de Amélio como possível candidato ao Senado ou ao governo.
Além disso, a primeira-dama e secretária Karynne Sotero também foi citada como uma das figuras cotadas nos bastidores para disputar cargos em 2026. O grupo político de Wanderlei busca construir alianças com partidos como PL, União Brasil, Republicanos e MDB para fortalecer sua posição nas próximas eleições.
A relação entre o governador Wanderlei Barbosa e seu vice, Laurez Moreira, chegou a um ponto crítico. O corte do cartão corporativo de Laurez e as declarações de Wanderlei evidenciam uma ruptura irreversível entre os dois. Nos próximos meses, a disputa interna pode se intensificar, impactando diretamente o cenário político do Tocantins para as eleições de 2026.
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