Neste novo projeto da Embrasil Serviços, eles serão o elo entre a comunidade carcerária e a equipe de saúde prisional ajudando, inclusive, a definir a urgência dos atendimentos

Assessoria de Comunicação

Um grupo formado por 24 reeducandos da Casa de Prisão Provisória (CPP) de Palmas (TO), ligada à Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju),vai receber capacitações específicas para atuar como elo entre a comunidade carcerária e a equipe de saúde. Identificados como agentes promotores de saúde, eles conduzirão ações compatíveis com as de agentes comunitários municipais de saúde, mas dentro da CPP, atuando na promoção e prevenção, mapeando e encaminhando outros reeducandos que necessitem de atendimento na unidade prisional.

O objetivo, explica Ronan Fernando de Andrade, médico da Embrasil Serviços, empresa responsável pela cogestão da unidade prisional, é adequar a CPP à política nacional de assistência da saúde de pessoas privadas de liberdade e atingir a integralidade na assistência de saúde. “Eles não farão diagnóstico. Vão conversar, tranquilizar o doente, falar sobre o uso correto de medicamentos, nos ajudar a mapear as doenças existentes... Fazer uma pré-triagem que vai nos ajudar a definir, inclusive, a urgência dos atendimentos, tornando contínuo o fluxo de atendimentos”, explica Andrade, o responsável pela saúde na CPP.

Uma das tarefas principais dos agentes promotores de saúde será a de orientaro preenchimento do Bimbau, um formulário breve e objetivo cuja finalidade é facilitar a comunicação entre reeducando e equipe médica. “Geralmente eles contam a vida no papel e, só no final, falam que estão com dor de cabeça”, contextualiza Andrade. Segundo ele, com a orientação do agente promotor espera-se otimizar esse processo.

Em alguns casos, os promotores de saúdefarão também pesquisas dentro dos pavilhões, por meio de um questionário impresso, pelas quais ajudarão a rastrearna comunidade carcerária portadores de patologias como tuberculose, hanseníase, doenças de pele eDoenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s). “Muitas vezes, é até mais fácil, porque o doente se sente mais à vontade de conversar com os parceiros de pavilhão”, lembra o médico. Caberá aos agentes, ainda, acompanhar reeducandos em tratamentos de longa duração, como os de tuberculose, AIDS e diabetes.

Cada agente promotor de saúde terá uma quantidade específica de celas para atender, de forma a atuarem integralmente na unidade prisional.Conforme esclarece Ronan Andrade, os 24 participantes foram escolhidos após um teste teórico que avaliou noções básicas de saúde de cada um. Vale lembrar que o projeto prevê, ainda, uma contrapartida aos agentes de promotores de saúde: a remição de pena. A cada três dias trabalhados, um da sentença é perdoado.

Ações inéditas no Tocantins

Os novos promotores de saúde receberão uma série de capacitações promovidas pela equipe médica, enfermagem e outros profissionais da área da saúde. O aprendizado dos agentes será contínuo, sempre separado por módulos. O primeiro deles, realizado neste mês, foi sobre Promoção da Saúde e abordou questões como o que é saúde, quais as noções básicas de saúde, como cada indivíduo pode promovê-la e quais as obrigações de cada um. “As temáticas vão evoluindo conforme o crescimento profissional do grupo”, garante Andrade.

Esse projeto de capacitação integra um conjunto de ações da Embrasil para garantir a saúde e o bem-estar da população carcerária. E pensando em tratar não apenas os sintomas, mas também as causas das enfermidades, foi realizada na terça-feira (24) uma desinfecção total da unidade prisional com produtos comumente utilizados na eliminação de agentes patógenos em hospitais e centros cirúrgicos. A limpeza do presídio incluiu coleta de culturas bacterianas e fúngicas dos pavilhões para identificar quais micro-organismos estão presentes na unidade prisional.

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