Em setembro de 2024, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) atingiu 109,9 pontos, refletindo a quinta queda consecutiva e destacando a preocupação dos varejistas com a economia.

RedaçãoI Fernanda Cappellesso

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgou os resultados de setembro de 2024, revelando uma nova queda no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), que registrou 109,9 pontos. Esta é a quinta redução consecutiva no índice, representando uma diminuição de 1,6% em relação ao mês anterior e a mais intensa durante esse período. Comparado ao mesmo mês do ano anterior, o Icec também apresentou um declínio de 2,9%, confirmando a continuidade do ciclo negativo iniciado em janeiro de 2023 e a maior queda desde abril.

Um dos principais fatores para essa diminuição na confiança é o subindicador que avalia as condições atuais da economia, que recuou 4,4% em relação ao mês anterior. Este resultado, que marca o quinto mês consecutivo de queda, deixou o subindicador de condições atuais com 84,3 pontos, permanecendo abaixo da zona de satisfação. Apesar da deterioração nas condições atuais do comércio, os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam um crescimento de 7,2% no comércio ampliado em julho, quando comparado ao mesmo mês do ano anterior. Esse cenário sugere que, embora a confiança esteja em queda, a atividade comercial pode ter apresentado algum dinamismo recente.

Outro aspecto notável da pesquisa é a disposição dos comerciantes em aumentar os investimentos em suas empresas. O subindicador de Intenção de Investimento subiu 0,6%, alcançando 100,7 pontos, superando o nível de satisfação pela primeira vez desde fevereiro de 2023. Este movimento pode ser uma tentativa de os empresários estimularem o comércio e revertendo a tendência de queda na Intenção de Consumo das Famílias (ICF), também divulgada pela CNC. Entretanto, a intenção de contratar novos funcionários permanece estável, com 121,9 pontos, refletindo uma satisfação atual com a força de trabalho disponível, mesmo em meio a um cenário econômico desafiador.

Em relação às expectativas futuras, o Icec registrou a segunda maior queda no mês, de 1,8%, com destaque para a Expectativa para a Economia, que viu uma redução de 3,1%. Esses resultados demonstram que os desafios enfrentados pelos empresários afetam suas percepções sobre o futuro, gerando incertezas sobre a evolução do comércio nos próximos meses. 

Setores específicos também mostram resultados variados. A confiança nos varejos de supermercados, farmácias e perfumarias caiu 2,9%, enquanto o comércio de vestuário, tecidos e calçados apresentou um recuo de 0,5%. Por outro lado, os comerciantes de bens semiduráveis mostraram um aumento nas expectativas, com uma elevação de 2,1% na Intenção de Investimento, mesmo diante de um sentimento geral de insegurança econômica.

O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) é um importante indicador que capta as tendências das ações empresariais no varejo, avaliando tanto as condições atuais quanto as expectativas futuras. A pesquisa é baseada em aproximadamente seis mil empresas em todas as capitais do Brasil, oferecendo um panorama abrangente das percepções dos empresários.

Em resumo, a pesquisa da CNC destaca um cenário complexo para o comércio em setembro de 2024. Embora haja sinais de investimento e crescimento em alguns setores, a confiança dos varejistas continua em baixa, refletindo um ambiente econômico desafiador. A continuidade dessa tendência poderá ter implicações significativas para a recuperação econômica e a dinâmica de consumo nos próximos meses.

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