A festa, que ocorre de sexta-feira, 21, a terça-feira, 25, é promovida por voluntários do Hospital do Amor

Da Redação

Botar o bloco na rua para resgatar a tradição de ocupar os espaços públicos com a participação popular em uma das festas mais tradicionais do Brasil, essa foi a ideia da Prefeitura Municipal de Palmas que abriu um chamamento público para a inscrição de blocos que integrarão a programação do 'Carnaval do Amor'.

A festa que ocorre na Praia da Graciosa, de sexta-feira, 21, a terça-feira, 25, é promovida por voluntários do Hospital do Amor, Associação Brasileira de Bares e Restaurantes - seccional Tocantins (Abrasel-TO), Câmara dos Dirigentes Lojistas de Palmas (CDL Palmas) e Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Tocantins (Faciet-TO), e recebe o apoio da Prefeitura de Palmas. 

Segundo o presidente da Fundação Cultural de Palmas (FCP), Giovanni Assis, a ideia surgiu na tentativa de resgatar os antigos carnavais de rua da cidade, com blocos tradicionais, de família e especiais. Ao todo, seis blocos foram selecionados e devem desfilar durante a folia na Capital.

"É claro que entendemos que é um recomeço e que provavelmente até a cidade se acostumar leva um tempo. Nós abrimos um chamamento público, mas sem condições de oferecer um recurso financeiro, como acontece nos grandes centros, este ano estamos oferecendo uma estrutura mínima para os blocos. A ideia é fazer as pessoas participarem da festa", explica. 
Cada grupo selecionado terá como suporte, por parte da Prefeitura, uma tenda com uma estrutura de balcão. Nesse espaço, os blocos poderão fazer a distribuição de bebidas. Já a comercialização está proibida.

"Tivemos seis blocos selecionados, dois deles são da saúde mental do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS.) Um bloco LGBTQI+, um bloco da região Norte e um bloco de amigos. O ‘Carnaval do Amor’ será aberto na sexta-feira à tarde, com o desfile de dois blocos da saúde mental. Estamos empolgados, será um momento de integração com todos", pondera o presidente. 

Caps


Com o objetivo de buscar inclusão e chamar atenção para a luta antimanicomial, os usuários dos dois Centros de Atenção Psicossocial de Palmas (CAPS) AD3 e Transtorno Mental se reúnem em grupo e fazem a abertura do ‘Carnaval do Amor’ nesta sexta-feira, 21, às 14h, na Praia da Graciosa.

Os blocos 'Chambari Doidão' e 'Balança Mais Não Cai' nasceram de uma iniciativa do Coletivo Antimanicomial de Palmas (Colapa), um movimento social formado por trabalhadores, usuários, familiares, estudantes de graduação, residentes multiprofissionais da saúde mental e simpatizantes da temática de inclusão social, cuidado em liberdade e redução de dano. 

Segundo a terapeuta ocupacional, coordenadora do Colapa e servidora do CAPS, Marla Castro, a festa do Carnaval é uma possibilidade para desenvolver a arte e a cultura na vida dos usuários e também uma forma de fomentar o cuidado, a saúde e o amor, através desse evento.

"Acreditamos muito e estamos trabalhando esta temática em 2020, que é o amor, o afeto, nas relações, como promoção de cuidado. Queremos promover encontro entre outras pessoas, não só dos pacientes entre eles mesmos, mas possibilitar a convivência desses usuários com as pessoas da sociedade, com a cidade e outros blocos. É um agregador grande, de amor, afeto e saúde", explica. 

Segundo Marla, os blocos foram às ruas de Palmas pela primeira vez ainda no ano passado. Na época, os usuários participaram de oficinas de preparação de acessórios e fantasias. Este ano, os foliões voltaram ao trabalho e estão novamente ajudando na confecção de adereços, como tiaras e brincos, e participando de workshops de música, para a criação de marchinhas. 

"Nossa ideia é tentar desmistificar a ideia de que no Carnaval existe uma periculosidade na cidade. Nós dos blocos ‘Chambari Doidão’ e ‘Balança mais não Cai’ queremos mostrar para estes usuários, familiares e toda a comunidade, que é possível fazer um Carnaval saudável. Onde a gente trabalha dentro da linha da redução de danos. Vamos levar estratégias, panfletos e falas sobre isso. Gostaríamos de convidar a sociedade e demais simpatizantes dessa temática para compor com a gente esse bloco". 

Bloco dos Farinhas

Um dos blocos que participa da folia é o bloco da família Farinha. O grupo surgiu em 2014 com a ideia de juntar os amigos e familiares para se divertir. Segundo o professor Fernando Farinha, o bloco foi criado pelo pai, Waldek Farinha. 

"Sem avisar ninguém meu pai alugou um trio elétrico, desses que ficam divulgando as promoções das lojas e chegou lá em casa fazendo aquela festa. Aí criamos o circuito ‘Barra-Ondina da 108 Norte’ com o bloco dos Farinhas! Nossa relação com o Carnaval começou a muito tempo atrás. Meu pai sempre gostou da folia. Ele trabalhava até as 22h, 23h e chegava lá em casa, tomava banho e levava nossa família para ir atrás do trio elétrico no tempo que tinha aqui em Palmas", conta. 

Hoje o bloco tem amigos, parentes, amigos dos amigos, moradores da 108 Norte e de várias quadras vizinhas. A expectativa dos participantes é grande. O bloco dos Farinhas participa do Carnaval do Amor na Praia da Graciosa no sábado, 22 e domingo, 23, eles fazem a festa na quadra 108 Norte, às 16h. 

"O bloco dos Farinhas vai oferecer alegria  e diversão, porque não visa lucro. Não ganhamos nada, financeiramente falando, mas ganhamos muita alegria e amizade de quem nos prestigia. A expectativa é sempre a melhor. Porque Carnaval é alegria, festa, amizade", diz Fernando, que espera a participação de 50 pessoas no bloco. (Assessoria de imprensa)

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