"O médico me chamou na sala e disse: 'Sua esposa está com 32 semanas e, se nascer aqui, vai morrer'", disse Erlam

Da Redação

O Hospital Municipal de Colinas, na Região Centro-Norte do Estado, está sem maternidade para amparar as mulheres grávidas que precisam dar à luz. Erlam Andrade sentiu, de perto, o drama da falta do serviço de obstetrícia na quarta-feira, 8, quando levou sua esposa para ser atendida.

Ele contou ao Diário Tocantinense que, por volta das 5h30, se dirigiu ao hospital para que a sua esposa, com apenas 32 semanas de gravidez, fosse atendida, pois estava com sangramento e sentindo fortes dores.  Segundo Erlam, ela foi rapidamente atendida na recepção e encaminhada para a sala de pré-parto, um ambiente pouco mais de 20 metros quadrados, com duas camas.

“Não tenho o que reclamar da enfermeira ou do médico da tal sala, mas, pelo visto, estão lá só pra dar instruções. Imagina o desespero: minha esposa com sangramentos e sentindo fortes dores. Me apavorei, pois ela estava  com apenas 32 semanas de gravidez”, disse.

Contudo, segundo ele, foi desesperador receber a notícia de um médico plantonista de que a única forma de salvar a vida do bebê seria através de um encaminhamento para o Dom Orione, um hospital particular de Araguaína, a 100 km de distância de Colinas.

“O médico me chamou na sala e disse: 'Sua esposa está com 32 semanas e, se nascer aqui, vai morrer. A única forma de salvar vida do bebê é encaminhar para Araguaína. É melhor correr esse risco, pois chegando a Araguaína é certeza de que será atendida'. Na hora bateu o desespero em ver minha esposa em trabalho de parto prematuro, com sangramentos, dores. Os funcionários fazem o que podem, de acordo com as condições do hospital. O motorista da ambulância e o enfermeiro foram muito competentes”, relatou.

De acordo com Erlam, após a tensa viagem a Araguaína, a sua esposa deu entrada no hospital às 8h20 e, poucos minutos depois, a sua filha nasceu com um quilo e 800 gramas. “Minha filha está na incubadora, já respira sem aparelhos e está recebendo todos os cuidados necessários. Minha esposa teve alta e está sendo acolhida pela casa da gestante do Hospital Dom Orione. É muito grande o transtorno de sair às pressas para uma cidade vizinha, onde você não conhece quase ninguém”, afirmou.

Após o ocorrido, Erlam contou que o secretário municipal de Saúde de Colinas, Ricardo Parente, entrou em contato. “Depois do ocorrido, o secretário de Saúde [Ricardo Parente] me ligou pra saber como nos estávamos e se colocando à disposição para nos ajudar”, finalizou.

O Diário Tocantinense entrou em contato com a Prefeitura de Colinas ainda nessa quinta-feira, 9, e solicitou nota a respeito do caso. Porém, até o momento, não obteve retorno.

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