A contenda entre Carlesse e Dimas não passa de uma peleja entre o "capeta" e o "coisa ruim"

Iltami Rodrigues

Na falta de adversários de outro campo do espectro político, a direita tocantinense se autodevora. Na arena, como personagens desse combate, um governador e um prefeito.

Mauro Carlesse quer "governar" Araguaína, para ele e seu grupo continuar em evidência no Tocantins. Ronaldo Dimas quer governar o Tocantins e Araguaína é sua vitrine. Assim, fazer o sucessor é passo fundamental de sua estratégia para chegar ao Araguaia.

Outubro está logo ali. A Guerra foi declarada. O tempo da diplomacia esgotou-se. A dispensa, por parte de Carlesse, da diretora regional de ensino de Araguaína, indicada por Dimas, é apenas o epílogo desse embate que se pronunciava há tempos.

Quando pontes de diálogo são quebradas, determinados cargos se tornam mais sensíveis ao "humor" dos contendores, diria a senhora Ana Cláudia.

A deselegância desses senhores ao "fazer política", exposta em praça pública, desfilará por 2020. Vai chegar à casa do eleitor e o acompanhará à "boca" da urna. Porém, do ponto de vista prático, esse embate nada significa para a imensa maioria dos cidadãos tocantinenses.

Porque é a guerra do "capeta" contra o "coisa ruim". Carlesse e Dimas são faces da mesma moeda. Dão visibilidade política a ideias de um campo do pensamento econômico que é o neoliberalismo. Ambos acham que, no Tocantins, temos muito Estado e pouco mercado. E que essa equação precisa se inverter.

Em Araguaína, em dois mandatos, Dimas terceirizou ou privatizou quase toda a administração pública. Avança agora sobre a gestão das escolas municipais, copiando modelo buscado em Porto Alegre, no momento sob administração de tucanos que, por onde passam, sempre terceirizam, desde que Noé fechou a Arca.

Carlesse, por sua vez, privatiza o Estado tocantinense ao dirigi-lo de olho apenas nas despesas relativas aos serviços públicos, que busca reduzir ao ponto de colocar em risco atendimentos elementares, enquanto receitas, que deveriam vir de grandes grupos econômicos, recebem isenções bilionárias sem contrapartidas em geração de empregos, novos investimentos ou outras exigências pertinentes.

Diferentes na forma. Iguais na essência. São mais do mesmo. Quando isso acontece, eles precisam mostram alguma distinção ao eleitor. Daí as farpas gratuitas entre eles que, de camarote, assistimos por meio da imprensa.

Entre Dimas e Carlesse, no embate das forças políticas e econômicas que eles representam, agora ou em 2022, podemos utilizar a célebre frase da ex-presidente Dilma: "Quem ganhar ou quem perder, não vai ganhar nem perder; vai todo mundo perder".

Viva o Tocantins!!!

 

Iltami Rodrigues da Silva

É Historiador, mestre em Ensino de História e professor

iltamicolinas@hotmail.com

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