Declarações do prefeito de Paraíso do Tocantins, Celso Morais, durante um encontro com jovens no dia 1º de outubro, geraram repercussão entre a população do município. No evento, o prefeito utilizou caixas exageradas de medicamentos controlados para satirizar seus opositores políticos, sugerindo, de forma irônica, que eles “tomassem até 15 vezes” o remédio para se acalmarem. A atitude chamou a atenção da comunidade local, especialmente em um ano marcado pelo aumento de casos de suicídio. Em 2023, Paraíso do Tocantins registrou 11 mortes desse tipo.
Vídeos com as declarações do prefeito circularam rapidamente pelas redes sociais e grupos de mensagens, causando surpresa e críticas entre os moradores, que interpretaram o gesto como desrespeitoso diante da gravidade dos problemas de saúde mental enfrentados pela população. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES-TO), o estado registrou 159 mortes por suicídio em 2023, sendo 11 dessas em Paraíso do Tocantins.
Moradores expressaram preocupação com a falta de políticas públicas voltadas para a saúde mental no município, onde o acesso a serviços especializados é considerado insuficiente. Para muitos, a situação evidencia uma necessidade urgente de mais investimentos e atenção para as questões relacionadas a transtornos psicológicos, que têm afetado um número crescente de pessoas.
“Estamos vendo um aumento considerável de casos de depressão e ansiedade aqui na cidade, e isso tem preocupado muitas famílias”, disse uma moradora, que preferiu não ser identificada. “É algo que precisa ser levado a sério.”
No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, o número de suicídios aproxima-se de 14 mil casos por ano, com uma média de 38 pessoas por dia tirando a própria vida. Os jovens entre 15 e 19 anos são uma das faixas etárias mais afetadas.
O cenário de crise psicológica se agravou nos últimos anos, impulsionado por fatores como a pandemia de Covid-19, crises econômicas e o isolamento social. Esses fatores contribuíram para o aumento de casos de depressão, ansiedade e outros transtornos mentais, exigindo maior atenção do poder público e das autoridades de saúde.
O Diário Tocantinense tentou entrar em contato com o prefeito Celso Morais para obter sua versão sobre o ocorrido, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. Morais, que é candidato à reeleição, ainda não se manifestou publicamente sobre o episódio.
Em Paraíso do Tocantins, o aumento dos casos de transtornos psicológicos tem gerado debates sobre a necessidade de ampliação dos serviços de saúde mental e de campanhas de conscientização. O município, que integra o estado do Tocantins, tem enfrentado dificuldades para lidar com o impacto da pandemia e de outros fatores que afetam o bem-estar mental da população.
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