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Tragédia em Aguiarnópolis gera crise de imagem para governador do Tocantins

O desabamento da ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que conecta os estados do Maranhão e Tocantins, deixou dezenas de vítimas e abriu uma ferida social que se aprofunda com os desdobramentos da tragédia. Entre as consequências, a postura do governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) gerou forte repercussão após ele publicar, em seu perfil no Instagram, uma foto relaxando em uma rede e comendo peixe em um rancho, horas depois de visitar o local do desastre. O post, apagado rapidamente, foi suficiente para desencadear uma avalanche de críticas e expor fragilidades em sua comunicação institucional.

Para analistas políticos, o episódio reforça a importância de uma comunicação estratégica em momentos de crise, especialmente para figuras públicas que representam o poder executivo. “A imagem pública de um governador está diretamente ligada à percepção de liderança e empatia. Qualquer sinal de desconexão pode custar caro, como vimos nesse caso”, avalia Milena Alves, cientista política e especialista em gestão de crises.

Postagem e repercussão

Wanderlei Barbosa esteve na manhã da segunda-feira, 23, em Aguiarnópolis, acompanhado do governador do Maranhão, Carlos Brandão (PSB), e do ministro dos Transportes, Renan Filho, para avaliar os danos da ponte. No entanto, a imagem publicada à noite, em um contexto de descontração, ofuscou qualquer esforço de sua visita oficial. O post foi interpretado por internautas e lideranças políticas como um gesto de insensibilidade diante do luto e da tragédia.

A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), ironizou a atitude em suas redes sociais, sem mencionar o nome do governador, mas com alusão clara. “Decreta três dias de luto oficial, volta para sua confortável rede para descansar, comer um peixinho frito e postar no Instagram. Afinal, o sofrimento é alheio”, publicou.

O vereador eleito Carlos Amastha (PSB) também criticou, mas direcionou sua indignação aos discursos políticos que classificou como “shows para anestesiar a dor das famílias”. Para ele, o desabamento da ponte não foi um acidente, mas “uma tragédia anunciada”, fruto de falhas na manutenção e de advertências ignoradas.

Crise de imagem e liderança

A reação negativa ao post, ainda que apagado, revela as dificuldades de Wanderlei Barbosa em gerenciar sua comunicação pública. Para o analista político Eduardo Miranda, o caso é emblemático e reflete um despreparo que pode comprometer sua imagem no longo prazo. “Quando um líder escolhe publicar algo em suas redes sociais, ele está enviando uma mensagem. O problema aqui foi o descompasso entre a mensagem pessoal e o sentimento coletivo de luto e indignação. A falta de sensibilidade custou a narrativa que ele deveria estar liderando”, pontua.

A ausência de uma equipe de comunicação alinhada ao contexto e ao momento de crise também foi destacada por especialistas. “Reservas de imagens ou conteúdos previamente preparados podem evitar esse tipo de deslize. Em momentos de tragédia, é essencial que o líder apareça comprometido e focado em soluções, nunca descontraído ou alheio à situação”, argumenta Mariana Toledo, especialista em marketing político.

Impacto político

As consequências para o governador podem ultrapassar as redes sociais. A tragédia e a forma como foi tratada pelo governo estadual abrem espaço para questionamentos políticos e jurídicos. O desabamento da ponte foi classificado como “tragédia anunciada” por lideranças locais, que afirmam que problemas estruturais foram denunciados, mas ignorados.

“A população quer respostas, e a gestão estadual precisa mostrar eficiência em um curto prazo. O problema é que, ao invés de liderar a narrativa e apresentar soluções, o governador abriu margem para ataques e descontentamento”, avalia Luana Lima, cientista política e consultora em comunicação estratégica.

Além das críticas à postagem, a ausência de medidas emergenciais robustas e de transparência na investigação sobre as causas do desabamento são outros pontos levantados. Para Carlos Amastha, há uma questão de responsabilidade que precisa ser apurada. “Em qualquer lugar sério, cabeças já teriam rolado. É hora de focar nos responsáveis e não em discursos vazios”, declarou.

Desafios futuros

O caso expõe um desafio maior para Wanderlei Barbosa: reconstruir sua imagem pública enquanto lidera a resposta à tragédia. A reconstrução da ponte, o apoio às famílias das vítimas e uma comunicação mais estratégica serão essenciais para mitigar os danos políticos e sociais.

Segundo Milena Alves, o episódio pode servir de aprendizado, mas o tempo para ajustes é curto. “O governador precisa mudar a narrativa rapidamente, ou essa crise de imagem pode se tornar um legado negativo de sua gestão. O que está em jogo não é apenas a percepção sobre ele, mas a confiança da população na liderança estadual”, conclui.

No cenário atual, fica a lição de que, para liderar em tempos de crise, é preciso mais do que presença física no local do desastre. Empatia, ações concretas e uma comunicação alinhada ao contexto são imprescindíveis para evitar que momentos de dor coletiva sejam agravados por equívocos na esfera pública.

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