Republicano modera tom sobre tarifas e afasta possibilidade de demissão de Jerome Powell, aliviando tensões com o setor financeiro
Por Redação, com agências internacionais
23/04/2025 – 09h43
O ex-presidente dos Estados Unidos e pré-candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (22) que não pretende tentar demitir Jerome Powell, atual presidente do Federal Reserve (Fed), e anunciou que promoverá uma redução “substancial” nas tarifas impostas a produtos chineses, caso retorne ao poder.
A sinalização foi recebida como um gesto de moderação pelo mercado financeiro internacional, que reagiu com valorização nos principais índices de ações e queda no dólar frente a moedas emergentes.
Recuo estratégico
Durante evento com empresários em Ohio, Trump declarou que a tarifa de 145% aplicada atualmente a produtos chineses “é muito elevada” e não deve permanecer nesse patamar. “Não ficará nem perto desse número, mas também não será zero”, afirmou, indicando a manutenção de uma política protecionista, porém menos agressiva.
A mudança de postura ocorre após semanas de críticas por parte de grandes investidores e dirigentes do setor produtivo norte-americano, preocupados com os impactos da guerra comercial no custo de importações e na estabilidade cambial.
Federal Reserve fora da mira
Outro ponto que chamou atenção foi a recusa pública de Trump em reiterar antigas ameaças de substituir Jerome Powell, nomeado ainda durante seu primeiro mandato, mas alvo de críticas constantes desde então.
“Não, eu não planejo demitir Powell”, disse o republicano, que vinha sendo pressionado a garantir estabilidade institucional caso reassuma a presidência. O Fed, embora autônomo, tem sido alvo recorrente de pressões políticas em períodos de alta dos juros.
Mercado reage com alívio
Após as declarações, o índice Dow Jones registrou alta de 1,4%, enquanto o S&P 500 subiu 1,2%. O Nasdaq avançou 1,6%, puxado pelas ações de empresas com forte exposição ao comércio internacional. O yuan também se valorizou frente ao dólar.
Analistas classificaram as falas como “recuo tático”, apontando que Trump busca reconquistar apoio de setores que vinham se distanciando de sua campanha por receio de novas turbulências econômicas.
Disputa com a China continua, mas com ajustes
Apesar do tom mais moderado, Trump reforçou críticas à política industrial chinesa e prometeu que continuará combatendo o que chamou de “práticas desleais”. Contudo, sinalizou que buscará “um novo acordo” comercial, e não a escalada tarifária observada em seu governo anterior.
A expectativa é que o tema volte a dominar os debates econômicos da corrida presidencial nos Estados Unidos, sobretudo diante da desaceleração da economia global e dos efeitos persistentes da inflação.
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