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Aliados de Eduardo Siqueira Campos demonstram insatisfação com início de gestão em Palmas

Prefeito é acusado de priorizar redes sociais, se isolar politicamente, não entregar resultados e gerar novos atritos no grupo que o elegeu

Com pouco mais de cinco meses à frente da Prefeitura de Palmas, Eduardo Siqueira Campos já enfrenta um ambiente de forte desgaste político, tanto dentro do próprio grupo que o elegeu quanto junto à imprensa local e setores da sociedade civil.

Relatos ouvidos pelo Diário Tocantinense apontam que, após vencer as eleições, Eduardo se isolou politicamente, deixou de atender telefonemas, rompeu pontes com aliados e se fechou na mesma bolha que marcou seus mandatos anteriores como senador, deputado estadual e secretário de governo. Nos bastidores, essa postura voltou a ser chamada de ‘a Terra do Nunca’ — uma redoma que o afasta da realidade política, administrativa e das demandas da cidade.

Prefeito de TikTok e sem entregas concretas

Entre aliados, a definição que ganhou força nas últimas semanas é a de que Palmas hoje tem um “prefeito de internet” ou “prefeito de TikTok”, mais interessado na própria imagem nas redes sociais do que em administrar efetivamente a cidade.

“As expectativas de que viriam grandes projetos, obras estruturantes, parcerias robustas e captação de recursos se mostraram completamente vazias. Nada aconteceu e, pior, nada está programado para acontecer. O que se vê é uma incapacidade política de agregar, de construir e de entregar algo que atenda às expectativas do grupo que o elegeu e muito menos dos eleitores da cidade”, resume uma das fontes ouvidas pela reportagem.

Cinthia virou símbolo da quebra de alianças

Esse padrão de comportamento se refletiu, inclusive, na relação com a ex-prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB), que foi uma das principais responsáveis por viabilizar a vitória de Eduardo. Segundo relatos, após tomar posse, Eduardo passou a fazer críticas públicas e privadas à gestão de Cinthia, ignorando completamente o apoio estratégico que recebeu e, na avaliação de aliados, puxando o tapete político dela logo nos primeiros meses de governo.

“Isso só reforça que ele não mudou. As mesmas críticas que Eduardo recebia quando foi senador, quando foi deputado e quando foi secretário do pai se repetem agora na Prefeitura”, afirma uma liderança que participou da campanha.

Crise se estende ao vice-governador Laurez Moreira

O desgaste político gerado pela condução da gestão de Eduardo Siqueira Campos (Podemos) não se limita ao núcleo municipal. A crise avançou e provocou fissuras importantes na relação com o grupo do governo estadual. O episódio mais emblemático envolve diretamente o vice-governador Laurez Moreira, que, durante a eleição municipal, foi um dos principais articuladores e apoiadores da candidatura de Eduardo, mesmo sabendo que esse movimento contrariava parte expressiva do próprio grupo político liderado pelo governador Wanderlei Barbosa (Republicanos).

A decisão de Laurez de apoiar Eduardo gerou desconforto e, segundo fontes ouvidas pelo Diário Tocantinense, foi um dos fatores que contribuiu para que ele fosse colocado politicamente no escanteio dentro do governo estadual, perdendo protagonismo nas decisões e articulações.

O cenário se agravou com a aproximação recente de Eduardo Siqueira Campos com a senadora Dorinha Seabra (União Brasil), que, na eleição passada, foi adversária direta de Eduardo em Palmas e aliada de Jânad Valcari, por meio de uma composição política articulada com o próprio governador Wanderlei Barbosa — de quem Laurez é vice.

Nos bastidores, essa movimentação foi interpretada como uma traição política dupla: tanto contra Laurez, que bancou e defendeu a eleição de Eduardo mesmo sob resistência do governo, quanto contra o próprio grupo que viabilizou sua campanha.

“Ele (Eduardo) não apenas se afastou do grupo que o elegeu, como se aproximou de quem foi adversário direto dele e do próprio Laurez na campanha passada. Isso fechou qualquer possibilidade de construção conjunta e inviabilizou de vez qualquer projeto político futuro que envolvesse essa aliança”, afirma uma liderança que participou ativamente dos bastidores eleitorais.

O episódio, segundo analistas ouvidos pela reportagem, expõe mais uma vez a dificuldade histórica de Eduardo em construir e manter alianças de médio e longo prazo, comportamento que foi recorrente quando exerceu mandatos anteriores como senador, deputado estadual e secretário de governo.

Aniversário sem brilho, imprensa insatisfeita e comunicação seletiva

O reflexo da gestão também ficou evidente na programação do aniversário de Palmas, considerada por aliados e pela própria população como “xoxa, sem brilho, sem força e sem proposta”. A avaliação é de que o evento foi reflexo direto da falta de planejamento, da ausência de projetos estruturantes e da dificuldade da gestão em criar uma marca ou perspectiva para a cidade.

A relação com a imprensa também se deteriorou. Profissionais de comunicação relatam que o secretário de Comunicação mantém uma política seletiva, favorecendo veículos e jornalistas considerados alinhados ao grupo do prefeito, enquanto ignora e isola aqueles que não fazem parte da bolha montada em torno da gestão, prática que também foi recorrente nos tempos de Senado e Secretaria de Governo.

Palmas exige um gestor, não um influenciador digital

Nos bastidores, a avaliação é que Eduardo Siqueira Campos assumiu Palmas acreditando que ainda governava a mesma cidade de quando foi seu primeiro prefeito, na década de 1990, quando o município tinha pouco mais de 100 mil habitantes, uma infraestrutura limitada e desafios proporcionais à época.

Hoje, Palmas é uma cidade com mais de 320 mil moradores, pujante economicamente, com desafios urbanísticos, habitacionais, sociais e empresariais muito mais complexos. A cidade exige um gestor capacitado, com perfil de liderança empresarial, de administrador, capaz de articular politicamente e captar investimentos — e não um influenciador digital preocupado apenas com curtidas, vídeos e algoritmos.

O espaço segue aberto

O Diário Tocantinense reforça que o espaço permanece aberto para manifestações, esclarecimentos e respostas da Prefeitura de Palmas, da Secretaria de Comunicação e de todos os citados nesta reportagem.

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