Opinião: Que tiro foi esse ?

É Bolsonaro lá e Carlesse cá.

Brasília e Palmas, como uma orquestra, tocam uma sinfonia perfeita.

Alinhados como as pirâmides egípcias.

Na linha de fogo dessa parceria maquiavélica, servidores públicos, elevados à condição de inimigos "number one" da nação.

Como se sabe, diagnóstico falso tanto quanto uma nota de três reais.

Em janeiro, o governador Mauro Carlesse, sob conversa mole de ajuste financeiro do Estado, "mandou pra casa" mais de 15.000 servidores.

Evidentemente, teria que recontratar boa parte. Afinal, sem eles, inúmeros setores da administração travam.

Resultado de vários anos de protelação em realizar concurso público.

Caso da educação, espaço no qual o último certame deu-se há uma década.

Pois bem. Os servidores se apresentaram em fevereiro, correm os dias finais de março, ainda não pagou a maioria e, segundo denúncias do Sindicato dos trabalhadores em Educação (SINTET), estão em andamento substituições de trabalhadores temporários, sobretudo na pasta da educação, juventude e esportes.

Pra satisfazer aliados políticos, o Palácio Araguaia autorizou a troca de "jogadores" com a partida em andamento.

Pode isso, Arnaldo?, diria o Galvão.

Com milhares de vagas, em diferentes funções, espalhadas por todo o Estado, a secretaria da educação, no Tocantins, sempre foi espaço de interferência política, com indicações e ajeitamos políticos, mesmo para os postos mais modestos.

Agora, se superaram. Uma marca a ser "comemorada". Afinal, alguma coisa avançou neste canto do Brasil, em 2019.

Tudo sob as vistas do legislativo, parte interessada nesta "negociação", e do judiciário, tranquilamente acomodado debaixo de seus auxílios e sentados, eternamente, sobre ações judiciais, de diferentes atores, contra essas e outras práticas imorais e ilegais.

O Estado que não oferece mínima segurança a quem contrata, é o mesmo que busca fragilizar, ainda mais, essa modalidade de trabalho, reduzindo direitos e período de contratação.

Não devemos esquecer  que agora, em tempos bolsonarianos, o MEC não representa qualquer empecilho à revogação da Lei Áurea.

E que a Reforma Trabalhista do Temer deu legalidade à nossa viagem de volta ao século 19.

Em pouquíssimo tempo, descobrimos que o discurso de posse do Carlesse foi escrito à lápis.

A situação dos servidores temporários é preocupante. Porém, a dos concursados está longe de ser confortável. 

Neste momento, não deveriam se sentir protegidos em sua estabilidade. Esta, também, não está garantida.

Já houve, por decreto, a suspensão de progressões e outros benefícios. 

Resolvida a questão dos temporários, os trabucos, evidentemente, serão posicionados em nossa direção.

Sob orientação e estímulo dos (maus) exemplos dados pelo Palácio do Planalto.

Isso é certo como o movimento rotativo da terra.

Preparemo-nos para a reação.

Ou capitulação.

Quem ainda não percebeu o sentido da mudança representada pela dobradinha Carlesse/Bolsonaro, vai imitar a faustosa Jojo Todynho.

Irão bradar por aí, como tolos.

Que tiro foi esse?.

Viva o Brasil!!!

Viva o Tocantins!!!.

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