Investigações da Polícia Federal apontam que o ministro das Comunicações do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Juscelino Filho (União Brasil-MA), estabeleceu uma relação criminosa com o empresário Eduardo José Barros Costa, conhecido como Eduardo DP, dono de uma empreiteira investigada por suposto desvios em contratos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal federal entregue ao centrão. Conversas encontradas no celular do empresário e incluídas em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) reforçam essa suspeita.
As mensagens analisadas pela PF abrangem o período de 2017 a 2020 e estavam no celular de Eduardo, citado pelos investigadores como sócio oculto da empresa Construservice. As informações constam em um relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), no qual a Polícia Federal afirma que Juscelino integra uma “organização criminosa ” com o empresário. O grupo seria responsável por um “suposto desvio ou apropriação e uso indevido de, no mínimo, R$ 835,8 mil”.
Em uma conversa de 18 de janeiro de 2019, Juscelino passa ao interlocutor o nome de uma pessoa e indica o valor de R$ 9,4 mil. No dia seguinte, Costa responde com um recibo de depósito efetuado. O empresário ainda troca mensagens com seu irmão, responsável por sua movimentação financeira, explicando o pagamento.
“Isso é do Juscelino lá de Vitorino, o deputado, faz isso aí, que a terraplanagem daquela pavimentação quem fez foi ele, é pra descontar, viu?”, diz Eduardo ao parente em uma mensagem de áudio.
Ainda de acordo com o relatório da PF, as mensagens reforçam a “atuação criminosa de Juscelino Filho”. O documento frisa ainda que a função do hoje ministro na organização criminosa “era conhecida por todos os membros”.
O que diz a defesa de Filho?
“Não há qualquer irregularidade nas obras, cujas emendas atendem a demandas da população, conforme já esclarecido às autoridades. Emendas parlamentares são um instrumento legítimo e democrático do Congresso Nacional e todas as ações de Juscelino Filho foram lícitas”, negou a defesa do ministro.
De acordo com os advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso, que assinam a nota, “são absurdas as ilações de que Juscelino tenha tido qualquer proveito pessoal com sua atividade parlamentar, sobretudo construídas a partir de supostas mensagens sem origem e fidedignidade conhecidas”.
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