Nesta quinta-feira, 24 de outubro de 2024, o Brasil perdeu um de seus maiores ícones esportivos. Maguila, nome que ficou marcado na história do boxe brasileiro, faleceu aos 66 anos após uma longa luta contra a encefalopatia traumática crônica (ETC), doença neurodegenerativa causada por repetidos golpes na cabeça durante sua carreira como pugilista.
Maguila, cujo nome de batismo é José Adilson Rodrigues dos Santos, foi uma referência no boxe nacional e internacional, disputando lutas de alto nível em sua carreira. Após sua aposentadoria dos ringues, começou a enfrentar os desafios causados pela ETC, uma condição também conhecida como “demência pugilística”, que afeta principalmente lutadores e atletas de esportes de contato.
Carreira e legado
Maguila ficou conhecido por sua força física e seu carisma dentro e fora dos ringues. Com um cartel de 85 lutas, sendo 77 vitórias, 13 por nocaute, Maguila se consagrou como um dos principais pugilistas da América Latina. Entre seus feitos, destaca-se a vitória no título latino-americano dos pesos pesados e suas lutas memoráveis contra alguns dos maiores nomes do boxe mundial.
Nascido em Aracaju, em 1963, Maguila teve uma infância humilde, e o boxe foi sua porta de entrada para o sucesso. Ele rapidamente se destacou no cenário esportivo, tornando-se um dos pugilistas mais populares do Brasil nos anos 1980 e 1990. Seu jeito simples e o famoso bordão “Alô, dona Irani!”, dedicado à sua esposa, cativaram o público brasileiro.
Encefalopatia Traumática Crônica (ETC)
A doença que levou Maguila ao falecimento, a encefalopatia traumática crônica (ETC), é uma condição neurodegenerativa causada por traumas repetitivos na cabeça, comuns em esportes de contato como o boxe. Os sintomas incluem perda de memória, confusão, alterações de comportamento, e, em estágios mais avançados, demência. Maguila foi diagnosticado com ETC em meados dos anos 2000, e desde então, sua saúde foi se deteriorando gradualmente.
Nos últimos anos, ele vivia em tratamento sob os cuidados de sua esposa, Irani Pinheiro, que esteve ao seu lado até os momentos finais. O ex-pugilista passou seus últimos anos em um hospital especializado em São Paulo, onde recebia tratamento para sua condição.
O impacto de Maguila no esporte e a conscientização sobre a ETC
A morte de Maguila traz à tona a importância da conscientização sobre os riscos que os atletas de esportes de contato enfrentam ao longo de suas carreiras. O boxe, em particular, é um esporte que expõe seus praticantes a inúmeros impactos na cabeça, e Maguila foi um dos exemplos de como essas lesões podem afetar gravemente a saúde mental e física no longo prazo.
Mesmo após sua aposentadoria, Maguila continuou sendo uma figura admirada no Brasil, especialmente por sua história de superação e sua conexão com o público. Sua morte representa o fim de uma era para o boxe brasileiro, mas seu legado permanece vivo entre os fãs e atletas.
Despedida
A esposa de Maguila, Irani Pinheiro, confirmou a morte do ex-pugilista à imprensa na manhã desta quinta-feira, em entrevista à Record TV. Ainda não há informações sobre o velório e enterro, mas muitos fãs e admiradores já expressaram suas condolências nas redes sociais, relembrando o impacto de Maguila no esporte e na cultura popular brasileira.
Maguila deixa um legado indelével no esporte e sua história serve como alerta para os perigos associados aos esportes de contato, reforçando a importância de cuidados e acompanhamento médico para atletas profissionais.
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