Faltando pouco mais de um ano para o início oficial do calendário eleitoral, os bastidores da política brasileira e tocantinense já estão em ritmo de campanha. Pré-candidaturas, alianças discretas e movimentações públicas revelam um cenário que se redesenha em diferentes esferas — da sucessão presidencial ao Senado Federal.
CENÁRIO NACIONAL: NOVA CONFIGURAÇÃO SEM BOLSONARO
Com Jair Bolsonaro inelegível até 2030, a direita brasileira busca nomes que possam herdar sua base e manter o campo conservador competitivo. Três pré-candidatos despontam com força:
Na direita e centro-direita:
-
Ronaldo Caiado (União Brasil) – Governador de Goiás, já lançou sua pré-candidatura à Presidência e busca unir centro-direita, evangélicos e agronegócio.
-
Tarcísio de Freitas (Republicanos) – Governador de São Paulo, ex-ministro de Bolsonaro, é o nome preferido do bolsonarismo raiz, embora evite confirmar sua candidatura.
-
Romeu Zema (Novo) – Governador de Minas, aposta no discurso técnico e liberal, e tenta ampliar sua visibilidade fora do eixo mineiro.
Na esquerda:
-
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cogita disputar a reeleição, mas aliados já ventilam alternativas como Fernando Haddad e Simone Tebet, caso ele opte por não concorrer.
TOCANTINS: DEFINIÇÕES COMEÇAM A TOMAR FORMA
Com a reeleição já exercida, Wanderlei Barbosa (Republicanos) não poderá disputar um novo mandato ao governo em 2026. Isso o posiciona como nome forte para o Senado, onde já lidera pesquisas com 31,8% das intenções de voto.
Corrida ao Governo do Estado – principais nomes:
-
Professora Dorinha (União Brasil) – Senadora com grande capital político na área da educação e forte presença em Brasília. É próxima do governador Ronaldo Caiado, o que pode fortalecer alianças interestaduais.
-
Eduardo Gomes (PL) – Atual vice-presidente do Senado Federal, Gomes já declarou que buscará a reeleição, mas permanece como nome de peso em qualquer composição majoritária. Articulado, tem base evangélica e influência direta no governo federal.
-
Vilmar Rocha (PSD) – Um dos mais experientes articuladores da política tocantinense. Pode surgir como nome alternativo em eventual composição de centro.
Senado Federal – dois nomes serão eleitos:
-
Wanderlei Barbosa (Republicanos) – Fora da disputa pelo Executivo, entra como favorito ao Senado com forte apoio popular e ampla base municipalista.
-
Irajá (PSD) – Senador em mandato. Aparece com 17,8% nas pesquisas e tenta manter espaço com apoio de lideranças regionais.
-
Alexandre Guimarães (MDB) – Deputado federal. Cresce em menções espontâneas e tem 16,1% das intenções de voto.
-
Vicentinho Júnior (PP) – Também deputado federal, aposta nas redes sociais e na presença em eventos regionais para alavancar sua campanha. Tem 15,6% das intenções, segundo levantamento recente.
ALIANÇAS E TENDÊNCIAS
A construção de alianças será crucial até a janela de filiação de 2026. O Tocantins, com perfil municipalista, tende a definir grande parte de seu quadro político com base na força de prefeitos e vereadores.
No plano nacional, a direita deve tentar evitar pulverização no primeiro turno, enquanto a esquerda buscará manter a frente lulista unida. Caiado e Tarcísio podem disputar o mesmo eleitorado, e suas decisões podem reverberar diretamente nos estados aliados.
🧭 CONCLUSÃO
O tabuleiro político está em movimento. Enquanto nomes se testam e alianças ganham corpo, eleitores atentos já percebem a antecipação da disputa. No Tocantins, a impossibilidade de reeleição de Wanderlei Barbosa acelera a reorganização da base governista. E no Brasil, a ausência de Bolsonaro cria um vácuo que todos os presidenciáveis tentam ocupar com narrativa, carisma e estrutura.
Link para compartilhar: