O mercado do boi gordo enfrenta um período de queda nas cotações em dezembro, reflexo de um ímpeto comprador reduzido pela indústria e de uma oferta mais abundante em várias regiões. Em análise divulgada nesta terça-feira, 18 de dezembro, o zootecnista Felipe Fabre, da Scott Consultoria, destacou os principais fatores que têm pressionado os preços na reta final do ano e apontou boas perspectivas para 2025.
Queda de 11% em São Paulo e 8% no Tocantins
Em São Paulo, o preço da arroba do boi gordo iniciou dezembro em R$ 350, mas recuou 11%, fechando o período entre R$ 310 e R$ 315, dependendo da proximidade dos frigoríficos e da categoria negociada. Esse comportamento foi observado também em outras regiões.
No Tocantins, a desvalorização variou entre 8% no norte e 11% no sul do estado, com valores oscilando entre R$ 285 e R$ 290 por arroba. A maior oferta de boiadas, somada ao planejamento já avançado dos frigoríficos para os abates de fim de ano, foi um dos principais fatores que contribuíram para a retração nos preços.
Fatores adicionais: ataque de cigarrinhas e escalas ajustadas
Um fator atípico que impactou a oferta no Tocantins foi o ataque de cigarrinhas nas pastagens, que forçou pecuaristas a entregarem boiadas para reduzir a pressão sobre a capacidade de suporte das pastagens.
Além disso, os frigoríficos locais já trabalham com escalas ajustadas para janeiro, reduzindo a necessidade de novas compras no curto prazo. “As indústrias têm programações fechadas até a primeira semana de janeiro, o que limita a demanda e mantém os preços estáveis no atual patamar”, explicou Fabre.
Perspectivas para 2025
Apesar da retração em dezembro, o mercado entra em 2025 em uma posição mais firme em comparação ao início de 2024. A expectativa é de preços mais atrativos no próximo ano, sustentados por uma oferta ajustada e uma possível recuperação na demanda interna e externa.
No entanto, Fabre alertou para a importância de considerar não apenas o preço, mas também a margem de lucro. “Preço não é margem. Garantir bons resultados exige controle rigoroso dos custos e estratégias de comercialização que otimizem a rentabilidade”, afirmou.
Dicas para os pecuaristas
- Atenção aos custos: Conhecer e controlar os custos de produção é essencial para aproveitar os melhores momentos de mercado.
- Planejamento de vendas: Identificar os períodos mais favoráveis para comercialização pode maximizar as margens de lucro.
- Acompanhamento de mercado: Monitorar as tendências e projeções do mercado é um diferencial para decisões estratégicas.
Com o cenário promissor para o próximo ano, a recomendação é de cautela e planejamento. “2025 tem tudo para ser um ano de oportunidades, mas os pecuaristas precisam estar preparados para aproveitar essas condições de forma eficiente”, concluiu.
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