Os preços do milho e da soja no mercado brasileiro encerraram 2024 com relativa estabilidade, refletindo a combinação de oferta robusta e demanda moderada. Dados da AgRural revelam as cotações médias de ambos os grãos em diversas regiões do país, com oscilações significativas entre estados produtores e hubs de exportação.
Milho: preços variam até 48% entre as regiões
O milho apresentou preços médios variados em dezembro, com destaque para as regiões do Sul e Sudeste, onde as cotações foram mais elevadas devido à forte demanda das indústrias de ração animal e logística favorável para exportação.
- Maior preço: Chapecó (SC), a R$ 75,00/saca de 60kg, seguido de Porto Alegre (RS), a R$ 74,00/saca.
- Menor preço: Tangará da Serra (MT), com o milho cotado a apenas R$ 51,50/saca.
Os preços no Centro-Oeste, principal região produtora, permaneceram mais baixos devido à oferta abundante e desafios logísticos. Municípios como Sapezal e Lucas do Rio Verde registraram médias de R$ 58,50 e R$ 60,00/saca, respectivamente.
No Sudeste, mercados como São Paulo (R$ 72,96/saca) e Minas Gerais (R$ 65,00/saca) refletem um equilíbrio entre oferta regional e custos logísticos.
Soja: mercado aquecido com preços até 14% superiores no Sudeste
No mercado de soja, o Sudeste registrou as cotações mais elevadas, com destaque para Uberlândia e Uberaba (MG), onde a saca foi negociada por R$ 144,00. Esses valores refletem a proximidade dos portos e a qualidade do produto.
- Maior preço: Brasília (DF), cotada a R$ 141,50/saca, devido à forte demanda e menor oferta local.
- Menor preço: Balsas (MA), onde a saca foi comercializada a R$ 126,00, influenciada pelos custos logísticos e desafios de escoamento.
No Sul, o mercado manteve cotações competitivas, com Paranaguá (PR) e Rio Grande (RS) registrando R$ 137,50 e R$ 138,00/saca, respectivamente.
Perspectivas para 2025
Analistas do setor indicam que o mercado de grãos deverá enfrentar desafios no início de 2025, com um cenário de transição do ciclo agrícola. A oferta abundante e os estoques elevados podem pressionar os preços no curto prazo, enquanto a demanda internacional e o câmbio terão papel crucial na definição do mercado.
Glauco Rodrigues Carvalho, mestre em economia aplicada, avalia que o segundo semestre de 2025 poderá marcar uma recuperação consistente, especialmente se as exportações para a Ásia se mantiverem aquecidas.
Com preços estáveis, o mercado de grãos brasileiro encerra 2024 como um reflexo da oferta robusta e das oscilações na demanda global. O milho, pressionado por estoques elevados, e a soja, beneficiada pela demanda externa, mostram a resiliência do setor e a importância do planejamento estratégico para os próximos ciclos.
Link para compartilhar: