Mais uma vez, o Brasil enfrenta temperaturas extremas devido a uma intensa onda de calor que teve início nesta quarta-feira (12) e deve persistir até pelo menos 21 de fevereiro. Segundo especialistas, algumas cidades podem registrar marcas até 7°C acima da média histórica para o mês, o que já tem provocado impactos diretos na saúde da população, no consumo de energia e na economia.
Sensação térmica de 70°C: mito ou realidade?
Nas redes sociais, circulam relatos de que a sensação térmica em algumas regiões poderia atingir 70°C. Embora pareça um exagero, meteorologistas explicam que, em situações específicas, a percepção do calor pode ser muito superior à temperatura real.
“O que define a sensação térmica é uma combinação de fatores como temperatura do ar, umidade relativa e velocidade do vento. Em áreas urbanas, com asfalto quente e pouca vegetação, a sensação pode ser até 15°C maior do que a temperatura registrada pelos termômetros”, explica o meteorologista Marcelo Pinheiro.
Ele reforça que, embora 70°C seja um número extremo, algumas cidades brasileiras já registraram sensações térmicas superiores a 60°C em ondas de calor anteriores, principalmente em locais de alta umidade, como o Rio de Janeiro.
Impacto na conta de luz e no abastecimento de água
Com o calor intenso, o uso de ar-condicionado e ventiladores dispara, pressionando o consumo de energia elétrica. A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) alerta que a demanda por eletricidade já subiu mais de 10% em algumas regiões do país.
“A conta de luz pode pesar no bolso neste mês. Com temperaturas elevadas, o tempo de uso dos aparelhos aumenta e, se não houver controle, o impacto financeiro será significativo”, alerta o economista João Mendes.
Além disso, especialistas chamam atenção para o risco de falta de água em algumas cidades. O aumento do consumo aliado à evaporação acelerada pode comprometer os reservatórios. “Já estamos monitorando casos de pressão reduzida no abastecimento em bairros de capitais como São Paulo e Belo Horizonte”, informa a engenheira ambiental Marina Tavares.
Riscos para a saúde e cuidados essenciais
A exposição prolongada ao calor extremo pode causar desidratação, insolação e até problemas cardiovasculares. Crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas estão entre os mais vulneráveis.
“A orientação é reforçar a hidratação, evitar exposição ao sol nos horários mais quentes e procurar locais ventilados. Além disso, sintomas como tontura, fadiga e dores de cabeça podem indicar um quadro de hipertermia, que requer atenção médica imediata”, alerta o clínico geral Ricardo Souza.
Setores da economia sentem os efeitos
O calor excessivo também afeta a economia. No setor de alimentos, supermercados registraram aumento na venda de bebidas geladas e frutas, enquanto restaurantes e bares adaptam cardápios para atender à demanda por pratos mais leves.
No transporte público, passageiros enfrentam dificuldades devido à alta temperatura dentro de ônibus e trens. “Os veículos já são quentes normalmente, mas agora estão insuportáveis. A sensação é de sufocamento”, reclama a estudante Ana Luiza Freitas.
O que esperar dos próximos dias?
A previsão é de que o calor intenso persista até pelo menos o dia 21 de fevereiro, com temperaturas que podem ultrapassar os 40°C em várias regiões. Meteorologistas reforçam que eventos como esse devem ser cada vez mais frequentes devido às mudanças climáticas e ao fenômeno El Niño.
Enquanto isso, especialistas recomendam que a população adote medidas para minimizar os impactos, como uso consciente de energia, aumento da hidratação e atenção redobrada à saúde.
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