Morreu neste domingo, 13 de outubro de 2024, o publicitário Washington Olivetto, aos 73 anos, após cinco meses de internação no Hospital Copa Star, no Rio de Janeiro, por complicações pulmonares. A informação foi confirmada pelo próprio hospital, que lamentou a perda do publicitário, ícone da propaganda brasileira e criador de campanhas memoráveis, como o “Garoto Bombril”, os “casais Unibanco” e a icônica peça “O primeiro sutiã a gente nunca esquece”, da Valisère.
Olivetto é amplamente reconhecido como um dos maiores nomes da publicidade mundial. Ele acumulou mais de 50 prêmios no Festival de Cannes, a principal premiação internacional da área, e se tornou o único latino-americano a receber um Clio Award, o equivalente ao “Oscar da publicidade”, em 2001. Além disso, foi nomeado duas vezes publicitário do século pela Associação Latino-Americana de Agências e pelo Monitor Mercantil. A revista britânica *Media International* também o incluiu entre os 25 publicitários mais influentes do mundo.
Sua carreira foi marcada por campanhas que ultrapassaram os limites da publicidade, se tornando parte do imaginário popular brasileiro. A campanha do “Garoto Bombril”, por exemplo, estrelada por Carlos Moreno, é uma das mais duradouras da história da propaganda nacional, com mais de 30 anos no ar, e mudou a forma como o público se relacionava com a publicidade. A marca “Bombril” se transformou em sinônimo de produto de limpeza, evidenciando o poder criativo de Olivetto.
Além de sua habilidade em criar campanhas de forte impacto comercial, Olivetto tinha uma sensibilidade apurada para o comportamento e o humor do brasileiro. Ele soube transformar a publicidade em um diálogo direto com o público, algo que o consagrou como referência não apenas entre os profissionais de marketing, mas também no campo cultural. Campanhas como o “Primeiro Sutiã”, que quebrou tabus e tratou de maneira delicada um marco na vida das adolescentes, são exemplo disso.
Washington Olivetto também foi um precursor em levar a publicidade brasileira para o cenário internacional. Sua agência, W/Brasil, fundada em 1986, e posteriormente a WMcCann, se destacaram pela criação de campanhas inovadoras que conquistaram prêmios e respeito globalmente. Com a fusão da W/Brasil com a McCann Erickson em 2010, ele continuou à frente da criatividade na nova companhia, expandindo ainda mais o impacto de seu trabalho no cenário global.
Ao longo de sua trajetória, Olivetto fez colaborações com diversos artistas e cineastas, integrando a publicidade ao universo cultural. Seu legado vai além das premiações e campanhas memoráveis. Ele influenciou toda uma geração de publicitários e criativos, consolidando-se como um dos grandes mentores da propaganda moderna.
Nos últimos anos, Washington Olivetto manteve uma presença ativa nas redes sociais, onde compartilhava, de forma descontraída, suas paixões pela gastronomia e artes, recomendando filmes, restaurantes e exposições. Sua última publicação, feita no dia 8 de outubro, destacava um “fideuá de frutos do mar”, prato que degustou em São Paulo.
O Brasil perde não só um publicitário genial, mas uma figura popular que marcou a cultura e o imaginário do país. O velório de Olivetto será realizado nesta segunda-feira, no Memorial do Carmo, no Rio de Janeiro. Ele deixa esposa e três filhos.
Washington Olivetto em Números
– Mais de 50 Leões de Cannes
– Único latino-americano vencedor do Clio Awards
– Eleito duas vezes publicitário do século.
– Criador de campanhas que duraram mais de 30 anos no ar.
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