A administração do presidente Donald Trump intensificou as políticas de imigração nos Estados Unidos, expandindo a deportação expressa para todo o território nacional e autorizando prisões de imigrantes em locais considerados “sensíveis”, como igrejas, escolas e hospitais. Essa decisão tem gerado controvérsias e impacto direto nas comunidades imigrantes, incluindo brasileiros, que já sentem os reflexos dessa nova política.
Deportação Expressa Ampliada
A nova diretriz da deportação expressa permite que imigrantes indocumentados sejam removidos do país sem necessidade de audiência judicial. Antes, a prática era restrita às regiões fronteiriças e aplicava-se apenas a quem não pudesse comprovar mais de 14 dias de residência no país. Agora, qualquer pessoa em situação irregular pode ser deportada, independentemente da localização, se não comprovar residência contínua de pelo menos dois anos.
Essa mudança foi justificada pelo Departamento de Segurança Interna (DHS) como necessária para acelerar os processos e aliviar o sistema judicial de imigração, mas organizações de direitos humanos alertam para os riscos de erros e violações de direitos fundamentais.
Revogação de Proteções em Áreas Sensíveis
Desde 2011, locais como igrejas, hospitais e escolas eram considerados “zonas seguras”, onde agentes de imigração evitavam realizar prisões para não dissuadir pessoas de buscar serviços essenciais. Sob o governo Trump, essas proteções foram revogadas, permitindo prisões em áreas antes protegidas.
O DHS argumenta que a medida é necessária para garantir que criminosos não utilizem esses locais como refúgio. Contudo, críticos afirmam que a decisão cria um ambiente de medo, dificultando o acesso de imigrantes a serviços de saúde e educação.
Deportação de Brasileiros: Chegada ao Brasil
A Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou nota informando que, neste sábado (25/01), um avião KC-30 do Segundo Esquadrão do Segundo Grupo de Transporte (2º/2º GT – Esquadrão Corsário) transportou deportados brasileiros dos Estados Unidos. A aeronave decolou de Manaus (AM) às 16h40, com destino ao Aeroporto Internacional de Confins, em Belo Horizonte (MG). O pouso ocorreu às 21h.
Segundo relatos de familiares e vídeos compartilhados nas redes sociais, os deportados chegaram algemados nas mãos e com os pés acorrentados. A situação gerou críticas imediatas de advogados e entidades de direitos humanos, que classificaram o tratamento como desumano.
Declaração de Ricardo Lewandowski
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, comentou a situação e classificou o episódio como uma violação flagrante dos direitos humanos:
“Receber cidadãos brasileiros nessas condições demonstra não apenas desrespeito aos tratados internacionais, mas também a omissão do Estado em proteger sua população no exterior.”
Lewandowski reforçou que a remoção das algemas e correntes foi imediatamente determinada, destacando que o Brasil não deve tolerar tal tratamento aos seus cidadãos.
Impacto nas Comunidades Imigrantes
Especialistas alertam que a combinação de deportações sumárias e prisões em áreas sensíveis cria um ambiente de terror nas comunidades imigrantes. “Essas políticas não apenas violam direitos humanos, mas também enfraquecem o tecido social, impedindo o acesso a serviços básicos como saúde e educação”, afirmou a advogada de imigração Clara López.
As medidas de endurecimento da política migratória do governo Trump estão gerando repercussões significativas em nível global, com efeitos diretos sobre brasileiros e outras comunidades imigrantes. Ao mesmo tempo em que o governo americano argumenta que as ações são necessárias para a segurança nacional, especialistas e ativistas alertam para os danos humanitários e diplomáticos que podem surgir dessas decisões.
Crédito: Jovem Pan News
Link para compartilhar:
