Na última semana, um avião de pequeno porte caiu na Avenida Marquês de São Vicente, na Barra Funda, zona oeste de São Paulo, deixando um saldo trágico de dois mortos e seis feridos.
A aeronave, um King Air F90, havia decolado do Aeroporto Campo de Marte com destino a Porto Alegre, mas caiu poucos minutos após a decolagem, atingindo um ônibus do transporte público e um motociclista que passava pelo local.
As vítimas fatais foram identificadas como Gustavo Carneiro Medeiros, piloto da aeronave, e o advogado Márcio Louzada Carpena, proprietário do avião. Os feridos incluem passageiros do ônibus e um motociclista, que segue hospitalizado em estado grave.
O acidente mobilizou equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e agentes da Aeronáutica, que isolaram a área para evitar novos incidentes e dar início às investigações.
Imagens e relatos indicam falha mecânica
Câmeras de segurança registraram o momento exato da queda do avião, que aparece perdendo altitude rapidamente antes de colidir com o solo e explodir.
O piloto tentou realizar um pouso de emergência na avenida, uma atitude que, segundo especialistas, demonstra que ele buscava minimizar o impacto da queda e evitar um acidente de proporções ainda maiores.
“Pelo ângulo da descida e pela tentativa de pouso em uma via larga, tudo indica que o piloto estava tentando salvar vidas”, explica Gerardo Portela, especialista em gerenciamento de riscos aeronáuticos.
O avião caiu de bico, atingindo um ônibus que passava no local e arrastando veículos na via. O impacto gerou um incêndio, que foi contido rapidamente pelo Corpo de Bombeiros de São Paulo.
Uma das hipóteses investigadas é a falha mecânica em um dos motores da aeronave. De acordo com o mecânico aeronáutico Luiz Rocha, que já trabalhou com esse modelo de avião, qualquer problema no motor pode comprometer a estabilidade da aeronave, especialmente em baixas altitudes.
“O King Air F90 é uma aeronave confiável, mas depende de manutenção rigorosa. Qualquer falha nos motores, especialmente logo após a decolagem, pode ser fatal.”
Investigações avançam: Seripa IV analisa destroços
A investigação do acidente está a cargo do Quarto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa IV), vinculado ao Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa).
Peritos trabalham na análise dos destroços, coleta de relatos de testemunhas e no resgate da caixa-preta da aeronave para entender o que pode ter causado a queda.
Especialistas em aviação apontam três principais hipóteses para o acidente:
1️⃣ Falha mecânica: Um problema técnico nos motores pode ter comprometido o funcionamento da aeronave, levando à perda de sustentação.
2️⃣ Erro humano: Embora experiente, o piloto pode ter enfrentado dificuldades no controle da aeronave logo após a decolagem.
3️⃣ Condições meteorológicas: O tempo em São Paulo estava parcialmente nublado no momento do acidente, mas não havia registros de turbulências severas.
A Aeronáutica ainda não divulgou um laudo oficial, e o caso segue em análise.
Testemunhas relatam desespero no local
Moradores da região da Barra Funda relataram o impacto da queda e a rápida propagação do fogo.
Carlos Mendes, motorista de ônibus que passava pelo local, disse que viu a aeronave “perder altitude muito rápido”:
“De repente, vi o avião descendo. Ele já estava descontrolado e muito baixo. Tentei frear o ônibus, mas não deu tempo. Foi um barulho muito forte.”
Já a comerciante Maria Aparecida Santos, que trabalha na região, descreveu o momento do impacto:
“O avião parecia que ia cair direto em cima dos carros. Foi assustador. Depois só vi uma explosão e muita fumaça.”
Os bombeiros agiram rapidamente para conter as chamas e retirar os feridos do local.
Histórico de acidentes na região do Campo de Marte
O Aeroporto Campo de Marte, de onde o avião decolou, já registrou outros acidentes semelhantes nos últimos anos.
📌 2018 – Um avião caiu durante a decolagem, matando sete pessoas.
📌 2020 – Uma aeronave de pequeno porte perdeu potência e caiu sobre uma casa, sem vítimas fatais.
📌 2023 – Um bimotor fez um pouso forçado na Marginal Tietê, mas ninguém se feriu.
Diante do histórico, especialistas defendem medidas mais rigorosas de segurança para aviões que operam na região, incluindo novas regras de manutenção e fiscalização mais rígida dos voos particulares.
Próximos passos e apoio às vítimas
A Prefeitura de São Paulo e o Governo do Estado anunciaram que estão prestando apoio às vítimas e suas famílias. Os passageiros do ônibus atingido foram encaminhados a hospitais da região e receberam atendimento médico.
A companhia de seguros da aeronave já iniciou a avaliação dos danos, e a indústria aeronáutica acompanha de perto as investigações para evitar que novas tragédias ocorram.
Enquanto isso, moradores da Barra Funda e usuários do trânsito da região aguardam respostas sobre o que levou à queda do avião no dia 10 de fevereiro. O laudo final da Aeronáutica pode levar meses para ser concluído, mas especialistas esperam que as primeiras análises sejam divulgadas nos próximos dias.
🚨 A reportagem segue acompanhando o caso e trará novas informações assim que divulgadas.
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