As principais bolsas de valores do mundo iniciaram a semana com desempenhos mistos, refletindo uma combinação de fatores econômicos, geopolíticos e expectativas sobre política monetária. Enquanto os mercados europeus operaram em alta, Wall Street encerrou em queda, em meio a preocupações renovadas com a trajetória dos juros nos Estados Unidos e o agravamento das tensões na Ucrânia.
O índice DAX, da bolsa de Frankfurt, subiu 1,56%, acompanhado pelo Euro Stoxx 50, que avançou 1,32%, impulsionados por dados positivos da economia da Zona do Euro e pela recuperação de ações do setor industrial.
Em contrapartida, o mercado americano refletiu o aumento dos rendimentos dos Treasuries e o temor de que o Federal Reserve adote uma postura mais dura na condução dos juros. O Nasdaq recuou 1,00% e o S&P 500 caiu 0,67%, após declarações de dirigentes do Fed indicando possibilidade de manutenção de juros elevados por mais tempo do que o previsto.
Na Ásia, os principais índices também fecharam no vermelho. O Nikkei, de Tóquio, caiu 0,80%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, teve retração de 1,20%, em meio à persistente preocupação com a desaceleração da economia chinesa e os efeitos da inflação global sobre os mercados emergentes.
No Brasil, commodities seguram o Ibovespa no campo positivo
No mercado doméstico, o Ibovespa fechou em alta de 0,23%, aos 138.136 pontos, sustentado pela valorização de commodities como minério de ferro e petróleo. O avanço beneficiou diretamente as ações de gigantes como Vale e Petrobras, que puxaram o índice para o campo positivo, contrariando o movimento negativo de Nova York.
O mercado também reage às expectativas pela divulgação, ainda nesta semana, da ata do Comitê de Política Monetária (Copom), que poderá trazer sinalizações sobre os próximos passos da taxa Selic, além de novos indicadores de inflação.
Focus projeta PIB maior e dólar mais caro em 2025
O mercado financeiro revisou para cima a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2025, que passou de 2,10% para 2,14%, segundo o Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (26).
Por outro lado, a expectativa de inflação continua elevada, com o IPCA estimado em 5,50%. O relatório também manteve a projeção de que a taxa básica de juros, a Selic, encerre o ano em 14,75%, enquanto o dólar deve atingir R$ 5,80 no mesmo período.
Para 2026, o mercado prevê um cenário de leve desaceleração do crescimento, com controle gradual da inflação, embora ainda haja incertezas sobre o ritmo desse ajuste, especialmente diante do cenário fiscal doméstico e das pressões internacionais.
Cenário internacional segue pressionando mercados
Além das preocupações com juros nos Estados Unidos, o mercado global monitora de perto a escalada das tensões no leste europeu, com novos ataques registrados na região da Ucrânia, e as dificuldades da economia chinesa, que enfrenta desafios relacionados à desaceleração do consumo interno e ao enfraquecimento do setor imobiliário.
A soma desses fatores tem aumentado a volatilidade nos mercados, que seguem sensíveis a qualquer sinal vindo dos bancos centrais, especialmente do Federal Reserve, na condução da política monetária global
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