Ausência de diálogo e postura fechada diante de críticas marcam governo que, mesmo no segundo mandato, ainda não conseguiu estabelecer canais de comunicação efetivos
Ricardo Fernandes I Diário Tocantinense-O prefeito Josemar Ksarin (União Brasil) vive um momento de isolamento político crescente em Colinas do Tocantins. Com a relação fragilizada com a Câmara de Vereadores e sem estabelecer diálogo com a imprensa local, Ksarin acumula críticas pela condução centralizadora e pela ausência de respostas públicas, mesmo diante de temas sensíveis e cobranças institucionais.
A ruptura com membros da oposição do Legislativo ficou evidente ao longo dos últimos meses, especialmente após declarações do próprio prefeito contra parlamentares da base e da oposição. Em fevereiro, durante a abertura do ano legislativo, a tensão chegou ao ápice quando Ksarin reagiu com tom de ameaça à vereadora Naiara Miranda (MDB), que havia declarado independência em relação ao Executivo. Desde então, o ambiente entre os poderes permanece estremecido.
Segundo apuração do Diário Tocantinense, o prefeito evita comparecer a sessões solenes e raramente dialoga com os vereadores, mesmo em pautas que exigem articulação institucional. Fontes ligadas à Câmara relatam que, nas poucas vezes em que o prefeito responde, o faz por meio de interlocutores e sem abertura para contrapontos.
Fora do Legislativo, a situação não é diferente. Ksarin é criticado pela imprensa local e até regional por se recusar sistematicamente a responder questionamentos e não oferecer entrevistas. Redações e jornalistas da cidade e fora dela relatam tentativas frustradas de contato com o gabinete e afirmam que a assessoria de comunicação praticamente não opera com transparência. Nem mesmo convocações oficiais para esclarecimento de temas administrativos têm retorno, o que compromete a circulação de informações de interesse público.
“É como se a cidade funcionasse no escuro. A prefeitura não se comunica, não responde, não explica. O prefeito está há anos em silêncio institucional”, afirma um jornalista local sob reserva.
Apesar de estar no segundo mandato, Ksarin não consolidou uma estrutura de comunicação eficiente nem demonstrou disposição para lidar com a composição política, seja dentro da base, seja em diálogo com setores independentes. O resultado é um Executivo isolado, que governa sob desconfiança e sem o apoio formal de parte da Câmara.
Para observadores da cena política local, o desgaste atual é consequência direta da forma como o prefeito conduziu sua relação com os poderes desde o início do mandato. A expectativa, no entanto, é de que o clima siga tenso até o fim da gestão — com a comunicação pública restrita e um governo que parece, cada vez mais, alheio às demandas da sociedade colinense.
O espaço está aberto para que o gestor comente o assunto por meio de nota oficial no e-mail: redacao@diariotocantinense.com.br
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