A semana começou com movimentações estratégicas que colocam o Tocantins novamente no centro do tabuleiro político nacional. Enquanto o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), acompanha o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Janja da Silva em missão oficial ao Vaticano, quem assume interinamente a cadeira de comando no Senado é o senador tocantinense Eduardo Gomes (PL).
1. Eduardo Gomes no comando: projeção institucional e reforço de capital político
Com a viagem de Pacheco à Santa Sé — onde Lula participa das últimas homenagens ao Papa Francisco e de encontros bilaterais com o Papa emérito e chefes de Estado —, caberá a Eduardo Gomes coordenar as atividades legislativas do Senado Federal nos próximos dias. A interinidade é mais do que simbólica: oferece ao senador a oportunidade de atuar diretamente na articulação de votações relevantes e, nos bastidores, reforçar sua imagem de articulador técnico e confiável para todos os lados da Esplanada.
Mesmo sendo figura de peso da oposição, Gomes é visto como um político respeitado entre diferentes correntes ideológicas, com trânsito aberto em gabinetes do Executivo, da Casa Civil e do Congresso. A cadeira presidencial, ainda que temporária, o coloca sob os holofotes em um momento de articulação intensa para o segundo semestre legislativo.
“Eduardo é discreto, mas eficiente. Assumir o Senado neste momento mostra que ele está no centro das decisões”, diz um senador governista ouvido pela coluna.
2. Missão papal e simbolismo político: Lula em Roma, Gomes em Brasília

Enquanto Lula e Janja marcam presença no enterro de Estado do Papa Francisco, que ocorre neste sábado (27), Gomes responde pelo Senado em Brasília. A missão do presidente da República ao Vaticano tem forte carga simbólica e geopolítica, reunindo líderes como Emmanuel Macron, Javier Milei, Donald Trump e Volodymyr Zelensky — e serve também como gesto de aproximação do governo brasileiro com setores religiosos e progressistas internacionais.
Do lado de cá, a presença de Gomes no comando do Senado reforça sua posição institucional e pavimenta o discurso de estadista que ele vem construindo nos bastidores, já mirando sua reeleição em 2026.
3. Reeleição no radar: Gomes ajusta alianças e prepara roteiro estadual
A interinidade no Senado acontece em momento estratégico para o senador, que tem ampliado agendas no interior do Tocantins, especialmente com prefeitos, vereadores e lideranças do agronegócio. Com bom trânsito entre bancadas e ministérios, Eduardo Gomes deve disputar a reeleição em 2026 com apoio robusto de parlamentares federais, parte do centrão e grupos ligados ao setor produtivo.
Seu foco, segundo aliados, será repetir a fórmula que o elegeu em 2018: discurso técnico, atenção municipalista e compromisso com resultados concretos, especialmente em áreas como infraestrutura, saúde e segurança hídrica.
Bastidores em foco:
-
Interinidade de Eduardo Gomes na presidência do Senado fortalece sua imagem como nome de peso no Congresso.
-
Lula amplia capital simbólico ao representar o Brasil no Vaticano, em evento histórico com forte repercussão global.
-
Gomes intensifica agenda estadual com foco em 2026 e prepara nova rodada de entregas via emendas parlamentares.
Link para compartilhar: