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Transporte, saúde e segurança: os três maiores desafios enfrentados pela cidade de São Paulo em 2024

Maior metrópole do Brasil, São Paulo concentra os principais desafios urbanos do país. Com 12,3 milhões de habitantes, a capital paulista vive sob pressão constante por melhorias em áreas estruturais como transporte público, sistema de saúde e segurança nas periferias. A seguir, um levantamento detalhado mostra as medidas já adotadas, os obstáculos persistentes e o que ainda precisa ser feito.

A cidade de São Paulo possui uma das maiores redes de transporte coletivo da América Latina, mas enfrenta gargalos históricos. Ônibus lotados, falta de integração entre modais e atrasos na ampliação da malha metroferroviária são queixas recorrentes dos usuários. Segundo dados da Rede Nossa São Paulo (2023), 47% da população considera o transporte público o principal problema da cidade.

Entre os principais desafios estão:

  • Superlotação nos horários de pico;

  • Defasagem na frota de ônibus em bairros periféricos;

  • Baixa conectividade entre bairros da mesma zona;

  • Expansão lenta do metrô, com obras que se arrastam por décadas.

Medidas já adotadas

A Prefeitura de São Paulo tem implementado algumas ações pontuais para mitigar os efeitos da crise de mobilidade. Entre elas:

  • Reestruturação de corredores de ônibus: com faixas exclusivas e padronização de horários para melhorar a velocidade média.

  • Ampliação de calçadas largas nas áreas de maior fluxo, com foco em acessibilidade e segurança para pedestres.

  • Estímulo ao uso de bicicletas, com novas ciclovias integradas às estações de transporte.

  • Cartão TOP: unificação dos meios de pagamento para metrô, trem e ônibus, substituindo o antigo Bilhete Único.

Apesar disso, especialistas em mobilidade urbana afirmam que São Paulo ainda carece de um planejamento metropolitano articulado com a Grande São Paulo, capaz de distribuir melhor a oferta de transporte e reduzir o tempo médio de deslocamento – que hoje gira em torno de 1h40 por dia.

Saúde: filas de espera e desigualdade no acesso

A saúde pública paulistana enfrenta um desafio crônico: a fila de espera para consultas com especialistas, exames e cirurgias. O problema, que se agravou com a pandemia de COVID-19, persiste em 2024.

De acordo com levantamento da Secretaria Municipal da Saúde, o tempo médio de espera para exames como ultrassonografias e ressonâncias pode ultrapassar 90 dias em algumas regiões. Nos bairros mais vulneráveis da Zona Leste e Zona Sul, a espera por cirurgias eletivas chega a seis meses.

Ações recentes

  • Mutirões da saúde: realizados em diferentes regiões da cidade com o objetivo de reduzir a fila de espera.

  • Ampliação da telemedicina: para consultas básicas e acompanhamento de doenças crônicas.

  • Parcerias público-privadas: com hospitais filantrópicos e clínicas para absorver parte da demanda reprimida.

Segundo o Tribunal de Contas do Município, mesmo com essas medidas, há carência de médicos especialistas, sobretudo nas áreas de cardiologia, neurologia e psiquiatria. Além disso, falta um sistema de regulação mais eficiente, que otimize o encaminhamento de pacientes e reduza a ociosidade de unidades com baixa procura.

Segurança nas periferias: violência estrutural e ausência do Estado

O cenário de insegurança nas periferias da capital continua sendo um dos maiores desafios da administração pública. Fatores como presença do crime organizado, falta de iluminação, abandono urbano e violência policial agravam a sensação de vulnerabilidade nos bairros mais afastados do centro.

Dados da Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo mostram que mais de 60% das denúncias de violência policial ocorrem em distritos da Zona Leste, Sul e Extremo Norte. A maioria das vítimas é jovem, negra e moradora de comunidades com baixo IDH.

Iniciativas implementadas

  • Projetos de policiamento comunitário: retomados em algumas áreas, buscando reaproximar a população da Polícia Militar.

  • Requalificação urbana: com instalação de iluminação pública, câmeras de monitoramento e recuperação de espaços públicos.

  • Parcerias com ONGs e coletivos locais: que oferecem oficinas, cursos e atividades culturais para jovens em situação de vulnerabilidade.

Apesar das ações, especialistas em segurança pública criticam a falta de uma política integrada que envolva educação, cultura, urbanismo e geração de renda como estratégias de prevenção à violência.

O que ainda precisa ser feito

Embora medidas pontuais estejam sendo adotadas, o cenário exige planejamento estratégico de longo prazo, com ações coordenadas entre Prefeitura, Governo do Estado e União. Entre as propostas defendidas por especialistas e movimentos sociais estão:

  • Criação de um Plano Integrado de Mobilidade Urbana Regional, com participação dos 39 municípios da Região Metropolitana;

  • Investimento maciço na modernização das UBSs e informatização completa do sistema de saúde;

  • Reestruturação da política de segurança, com foco em prevenção, inteligência e justiça restaurativa nas periferias;

  • Ampliação de programas de habitação e urbanização de favelas, para atacar as causas estruturais da violência e do adoecimento.

São Paulo é um retrato ampliado dos desafios urbanos brasileiros. Transporte público ineficiente, saúde pública sobrecarregada e insegurança nas periferias exigem mais do que medidas emergenciais. É preciso visão de futuro, participação social e vontade política para transformar a maior cidade do país em um lugar mais justo, acessível e seguro para todos.

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