Preços de hortigranjeiros no atacado: Comparação regional e impacto nos supermercados

A variação de preços de hortigranjeiros no atacado tem sido uma preocupação constante tanto para consumidores quanto para varejistas, especialmente em tempos de oscilação econômica e sazonalidade dos produtos. Nos últimos três meses, produtos como abobrinha, jiló, couve-flor, limão thaiti, batata-doce, abacate e tomate apresentaram flutuações de preços expressivas em diferentes regiões do Brasil, com destaque para as Ceasas do Tocantins, Goiás e São Paulo.

Abobrinha e suas oscilações

Na Ceasa de Palmas, Tocantins, a abobrinha (kg) atingiu picos de até R$ 8,18 em setembro, com um leve recuo para R$ 5,55 em outubro, refletindo uma demanda crescente durante o fim do inverno e a transição para a primavera. Em comparação, em São Paulo, o preço foi mais estável, variando entre R$ 3,06 e R$ 5,30 no mesmo período. Segundo Toninho, presidente da Associação dos Supermercados e Atacados, o aumento de custo de frete e a sazonalidade afetam diretamente os preços, que chegam às prateleiras dos supermercados com valores entre 30% e 50% superiores ao preço no atacado.

Jiló e o Desafio do Transporte
O jiló, por exemplo, teve um comportamento interessante. Em Palmas, o preço variou de R$ 6,25 a R$ 11,79 nos últimos três meses. Em comparação, nas Ceasas de Goiânia, o produto oscilou entre R$ 5,00 e R$ 10,34. O aumento do preço do combustível e os desafios logísticos no transporte de produtos perecíveis para as regiões norte e centro-oeste influenciam esses valores, afirma Toninho.

Couve-Flor e o Efeito da Sazonalidade

A couve-flor é outro produto que apresentou variações notáveis. Em Palmas, o preço chegou a R$ 7,00 em outubro, enquanto em São Paulo o valor médio ficou em torno de R$ 5,00. A diferença de preço também é sentida nas gôndolas de supermercados. Maria Lúcia, gerente de compras de uma rede de supermercados local, relata que, além da logística, a qualidade do produto entregue também interfere no valor final para o consumidor.

Batata-Doce e Tomate: Produtos em Alta

A batata-doce e o tomate, produtos essenciais na alimentação brasileira, mostraram variações que impactam diretamente o consumidor final. O tomate, um dos itens mais voláteis, variou entre R$ 3,89 e R$ 5,40 em Palmas, enquanto em Goiânia foi comercializado por R$ 3,75 a R$ 5,00. Nas prateleiras dos supermercados, o preço médio do tomate é de cerca de R$ 7,00, reflexo da demanda alta e oferta limitada.

Já a batata-doce teve picos de até R$ 4,25 no Tocantins, com o preço caindo para R$ 3,50 no início de outubro. Em Goiânia, o preço manteve-se relativamente estável, variando entre R$ 2,00 e R$ 3,50. Para Maria Lúcia, a estabilidade no preço da batata-doce traz certo alívio para o planejamento das compras do varejo.

Impacto no Varejo

De acordo com Toninho, os supermercados têm enfrentado dificuldades para manter margens de lucro estáveis, já que as oscilações de preços no atacado muitas vezes são repassadas diretamente ao consumidor final. “O aumento do custo de transporte, junto com a oscilação natural dos preços de hortigranjeiros, cria um efeito cascata que impacta toda a cadeia de distribuição”, explica.

A análise dos preços dos hortigranjeiros nas Ceasas revela um cenário dinâmico, no qual a variação de preços entre diferentes regiões é influenciada por fatores sazonais, logísticos e econômicos. Para o consumidor, essas oscilações resultam em preços muitas vezes imprevisíveis nas prateleiras dos supermercados, exigindo atenção redobrada para garantir a melhor compra possível.

Enquanto as Ceasas refletem a realidade dos preços no atacado, o desafio do transporte e da distribuição continua a ser um fator chave para o varejo, que precisa balancear oferta e demanda em um cenário de constante flutuação.

 

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