O presidente da Argentina, Javier Milei, confirmou sua participação na Cúpula de Líderes do G20, que acontecerá no Rio de Janeiro, nos dias 18 e 19 de novembro de 2024. A confirmação veio através de uma carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No documento, Milei afirmou estar disposto a contribuir para o sucesso da reunião sob a presidência brasileira.
Essa será a primeira vez que os dois líderes se encontrarão pessoalmente desde a posse de Milei. A relação entre os presidentes tem sido marcada por atritos. Durante a campanha presidencial argentina, Milei referiu-se a Lula como “corrupto” e “comunista”. Em resposta, Lula não compareceu à cerimônia de posse do argentino. Apesar dessas tensões, o argentino agora demonstra disposição para colaborar em temas de interesse comum.
Foco no Acordo Mercosul-UE
Entre as prioridades de Milei no G20 está a promoção da assinatura do acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia. Esse acordo, que vem sendo negociado desde 1999 e foi assinado em 2019, ainda precisa passar por revisões para entrar em vigor. Um dos principais obstáculos são as exigências ambientais impostas pela União Europeia, que impactam diretamente as políticas do bloco sul-americano.
A participação de Milei na cúpula é um passo estratégico para reforçar o papel da Argentina no cenário internacional e melhorar as relações com o Brasil, em particular, no âmbito do Mercosul. A expectativa é que o evento promova discussões sobre o fortalecimento do comércio internacional e a cooperação entre os países membros.
Desafios diplomáticos com Milei
Embora a participação de Milei no G20 seja vista como um avanço para as relações bilaterais entre Argentina e Brasil, a presença de atritos anteriores entre os dois líderes não pode ser ignorada. Em diversas ocasiões, Milei criticou duramente o governo brasileiro, comparando Lula a líderes autoritários. No entanto, a cúpula pode representar uma oportunidade para deixar essas diferenças de lado e focar em questões estratégicas de interesse mútuo.
Segundo especialistas, a presença de Milei no G20 pode ser um ponto de inflexão na política externa argentina, com foco em fortalecer a cooperação dentro do Mercosul e impulsionar a economia argentina em meio a uma crise interna.
A cúpula do G20, além de discutir questões econômicas globais, poderá abrir portas para novos acordos bilaterais e multilaterais que beneficiem ambos os países, colocando o Brasil e a Argentina em uma posição de destaque no cenário internacional.
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