Assentamento Onalício Barros, em Caseara, celebra o extrativismo e valoriza saberes ancestrais com Farinhada de Jatobá

Para as pessoas das cidades, um evento diferente, para os moradores do Assentamento Onalício Barros, em Caseara (TO), a Farinhada de Jatobá é uma forma de celebrar o extrativismo e valorizar as raízes dos ancestrais. O evento aconteceu no dia 19 de outubro último e contou com a participação da juventude do Projeto Jovem Cerrado, apoiados pela Associação Onça D’água, que apoia a gestão de Unidades de Conservação no Tocantins, e da Associação de Mulheres Agroextrativistas do Cantão (Ama Cantão).

A atividade valoriza a prática do agroextrativismo, ressaltando a sabedoria ancestral e a segurança alimentar, com foco na conservação do Cerrado. De grande valor nutritivo, o jatobá é utilizado no processamento de alimentos, se destacando no enriquecimento de bolos, pães, biscoitos e vitaminas, contribuindo para a alimentação natural e saudável.

Cuidado

Para Lidejane Lopes, presidente da Ama Cantão, o momento representa um cuidado essencial com a árvore do jatobá, vital para o bioma local. Ela destacou o potencial econômico do jatobá, que beneficia mulheres rurais e jovens interessados na preservação do Cerrado. “Queremos manter o Cerrado em pé e mostrar que outras frutas também têm valor. É possível trabalhar em conjunto, unindo esforços com todos os parceiros”, afirmou.

A presidente agradeceu aos parceiros que tornam o evento possível, a Associação Onça D’água, o Fundo Casa Socioambiental e a Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática. Agradece especialmente a presença do Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN). “A valorização dos frutos do Cerrado é importante para gerar renda e fortalecer as comunidades. Esta é a segunda farinhada no Onalicio Barros, e pretendemos realizá-la anualmente, formando uma rede de pessoas que se importam com o meio ambiente”, acrescentou.

Parcerias

Ana Lúcia Rodrigues, presidente da Associação Antônio Francisco Brasil e militante do Movimento Sem Terra (MST), também apontou a importância da farinhada. “Agradecemos aos parceiros por estarem presentes. É gratificante receber a farinhada aqui, pois isso motiva mulheres extrativistas e a juventude a se unirem na luta pela proteção do Cerrado”, afirmou.

A militante destacou que cuidar da natureza é uma responsabilidade coletiva. “Se não cuidarmos, tudo pode acabar, especialmente o Cerrado. A farinhada do jatobá oferece benefícios nutricionais e promove uma alimentação saudável, que estamos introduzindo em nossas vidas e ensinando às nossas crianças. Nossos parceiros contribuem para fortalecer as comunidades e a base para o cuidado do Cerrado”, completou.

A jovem Geniffe Kariny, representante do Projeto Jovem Cerrado, expressou satisfação em participar do evento. “Estamos na Farinhada de Jatobá, que é uma oportunidade de troca de experiências entre jovens, mulheres e adultos. É valioso compartilhar momentos como este”, disse Genife, destacando a importância da união entre as gerações para a preservação dos saberes do Cerrado.

A Farinhada de Jatobá, além de valorizar os conhecimentos tradicionais na produção da farinha, conta com o apoio de diversas organizações, como o Fundo Casa Socioambiental, a Coalizão Vozes do Tocantins por Justiça Climática, a APA Ilha do Bananal/Cantão. A iniciativa destacou o fortalecimento comunitário e a valorização das práticas sustentáveis, fundamentais para a preservação dos recursos naturais e para a autonomia alimentar das famílias do assentamento.

 

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