Com preços sustentados e boa demanda, pecuaristas avaliam cenário com cautela diante da escassez de chuvas no estado
O mercado do boi gordo no Tocantins iniciou o mês de junho com cotações firmes e estáveis, resultado da combinação entre boa oferta de animais terminados e uma demanda aquecida nos primeiros dias do mês — tradicionalmente impulsionada por fatores como o pagamento de salários e a reposição nos açougues. Segundo análise de Gustavo Duprat, engenheiro agrônomo e analista da Scot Consultoria, o cenário é de estabilidade no curto prazo, embora os sinais emitidos pelo clima acendam um sinal de alerta entre os pecuaristas.
Na região Sul do estado, os preços seguem inalterados em relação à semana anterior. O boi gordo é negociado a R$ 280,00 por arroba, mesma cotação para machos também registrada no Norte. As fêmeas na parte Sul são cotadas a R$ 253,00/@ no caso das vacas e R$ 258,00/@ para novilhas. As escalas de abate na região giram em torno de 10 dias, indicando equilíbrio entre oferta e demanda.
Já no Norte do Tocantins, o mercado apresenta leves altas. O boi gordo teve incremento de R$ 3,00/@, passando a ser comercializado a R$ 280,00/@. A vaca gorda subiu R$ 2,00/@ e alcançou R$ 247,00/@, enquanto a novilha se manteve estável em R$ 255,00/@. As escalas de abate são mais curtas, com média de seis dias, evidenciando uma maior agilidade nas negociações e no escoamento da produção.
Destaque ainda para o chamado “boi China” — animal jovem, com até 30 meses e padrão exigido para exportação ao mercado chinês —, que permanece com ágio de R$ 2,00/@ sobre o boi comum. Em ambas as regiões, a cotação do boi China está em R$ 282,00/@.
Clima seco pode pressionar preços
Apesar do panorama momentaneamente favorável, o comportamento climático no estado preocupa. A escassez de chuvas nos últimos dias tem comprometido o vigor das pastagens, principalmente nas áreas mais dependentes de pasto nativo. Esse fator pode levar produtores a anteciparem a venda de seus lotes, o que pressionaria os preços no curto prazo, especialmente se a demanda não se mantiver firme até o final do mês.
“O clima é uma variável que pode mudar tudo. Se a seca persistir, o custo de manutenção dos animais aumenta e o produtor tende a vender mais rapidamente para não comprometer a engorda. Isso pode gerar uma sobreoferta e forçar as cotações para baixo”, avalia Duprat.
Olho no Clima, Mão no Bolso
Diante do atual contexto, o recado para o produtor é claro: atenção redobrada ao comportamento do tempo e à dinâmica da demanda. O cenário é positivo — com preços firmes e abates em ritmo regular —, mas a ausência de chuvas pode mudar rapidamente a configuração do mercado.
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