Pesquisa mostra que litro da gasolina comum pode chegar a R$ 6,89 na capital; etanol apresenta variação superior a 20% nas duas cidades
O mês de junho começou com os motoristas tocantinenses pagando mais caro para abastecer. Levantamento realizado no dia 2 de junho mostra que os preços dos combustíveis apresentaram variações expressivas tanto em Palmas quanto em Araguaína, acendendo o alerta para uma possível escalada de custos no segundo semestre. Em alguns casos, a diferença de preços entre postos chega a 24%, segundo dados oficiais dos levantamentos municipais.
Na capital, Palmas, o preço da gasolina comum varia de R$ 6,51 a R$ 6,89 — uma diferença de 38 centavos por litro, equivalente a 5,84%. Já o etanol, embora ainda seja uma opção mais barata, apresenta instabilidade preocupante: o menor valor encontrado foi R$ 4,59, enquanto o maior chegou a R$ 5,19 — variação de 13,07%. O diesel S-10, combustível essencial para transporte e logística, registrou o maior intervalo: de R$ 5,59 a R$ 6,95, uma diferença de R$ 1,36 ou 24,33%.
Em Araguaína, os dados também apontam instabilidade. O etanol, por exemplo, registrou a maior variação percentual: 20,24%, oscilando entre R$ 4,15 e R$ 4,99. A gasolina comum chegou a R$ 6,49 em alguns estabelecimentos, enquanto o menor valor foi R$ 5,89 — diferença de 60 centavos por litro. O diesel, com preços entre R$ 5,35 e R$ 6,29, apresenta variação de 17,57%.
Para especialistas do setor de energia e combustíveis, os números refletem a combinação de fatores como volatilidade do mercado internacional, variação cambial, custos de distribuição e margens praticadas pelos postos. “Há uma percepção de desregulação regional. Mesmo dentro do mesmo município, há variações que não se justificam apenas por logística”, analisa Caio Barros, consultor independente em políticas de energia.
A disparidade nos preços também evidencia um ponto sensível na política de combustíveis do Brasil: a falta de um mecanismo nacional de controle de variações locais. “Em um estado como o Tocantins, onde o transporte rodoviário é dominante, essas diferenças impactam diretamente o custo de vida e o preço de mercadorias”, diz Barros.
O cenário preocupa também o comércio e os consumidores. Em Palmas, motoristas de aplicativo relatam dificuldade em manter a rentabilidade diante da alta. “A gente gasta mais para rodar e o valor da corrida não muda”, afirma Marcelo Gomes, que atua no setor há cinco anos.
Enquanto isso, consumidores são orientados a pesquisar antes de abastecer. A recomendação dos órgãos de defesa do consumidor é que motoristas consultem os preços praticados em diferentes regiões e fiquem atentos à qualidade do combustível.
Diante do cenário de instabilidade, o mercado observa com atenção os próximos movimentos da Petrobras e do governo federal quanto à política de preços, assim como as cotações internacionais do petróleo e do dólar, que seguem sendo os principais fatores de pressão sobre os combustíveis no Brasil.
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