Comportamento dos ativos reflete cenário global instável e cautela doméstica; mercado imobiliário mantém fôlego no Tocantins
O mês de julho começa com os mercados globais atentos à política monetária dos Estados Unidos, aos desdobramentos das eleições presidenciais no Brasil e ao cenário fiscal em discussão no Congresso Nacional. No Brasil, investidores observam com cautela o comportamento do dólar, da Bolsa de Valores (B3) e das commodities, especialmente o petróleo. Já no Tocantins, o mercado imobiliário segue aquecido, impulsionado pelo avanço das obras públicas em Palmas e Araguaína.
Para especialistas, o mês será de volatilidade e reavaliação de riscos — especialmente em relação à inflação e à política de juros, tanto no Brasil quanto no exterior.
Dólar deve oscilar entre R$ 5,20 e R$ 5,45, segundo analistas
Após encerrar junho cotado a R$ 5,32, o dólar pode permanecer em patamares elevados ao longo de julho, segundo estimativa da economista Naiara Rodrigues. “A sinalização de manutenção dos juros nos Estados Unidos ainda pressiona moedas emergentes. No Brasil, o cenário político também gera instabilidade cambial”, analisa.
A estimativa é de que a moeda oscile entre R$ 5,20 e R$ 5,45 ao longo do mês, dependendo da evolução dos indicadores de inflação no Brasil e da sinalização do Federal Reserve sobre a política de juros nos EUA.
Ibovespa testa os 120 mil pontos com agenda fiscal no radar
A Bolsa de Valores brasileira fechou junho em 118.900 pontos, acumulando queda de 1,8% no mês. Para julho, o desempenho do Ibovespa dependerá do avanço das reformas em discussão no Congresso, como o novo arcabouço fiscal e a proposta de emenda constitucional para gastos sociais.
“A expectativa é de um julho instável. Se houver avanço nas pautas econômicas, o Ibovespa pode buscar os 121 mil pontos. Caso contrário, pode recuar abaixo de 116 mil”, explica o analista financeiro Gustavo Dantas.
Petróleo avança com tensão no Oriente Médio e pode impactar combustíveis
A cotação do petróleo Brent encerrou junho a US$ 84,77 o barril, em alta de 3,2%. A valorização foi impulsionada por cortes de produção anunciados pela Opep+ e pela escalada das tensões no Oriente Médio.
Segundo especialistas, o petróleo pode chegar a US$ 88 no curto prazo, com impacto direto sobre os preços dos combustíveis no Brasil. “Se houver novo reajuste da Petrobras, poderemos ver reflexo nos índices de inflação de julho e agosto”, diz Dantas.
Criptomoedas recuam após pico no primeiro semestre
O Bitcoin, que chegou a ultrapassar os US$ 75 mil em abril, recuou para US$ 61.300 no fim de junho. O Ethereum acompanha a tendência e fechou o mês cotado a US$ 3.200.
“Há um movimento de realização de lucros e fuga para ativos mais seguros”, aponta Naiara Rodrigues. A perspectiva é de estabilidade ou leve baixa em julho, caso os juros nos EUA permaneçam elevados.
Imóveis seguem valorizando em Palmas e Araguaína
Apesar do cenário macroeconômico de cautela, o mercado imobiliário de Palmas e Araguaína mantém sinais de força. Segundo levantamento da corretora Tatiane Alves, imóveis residenciais com três quartos tiveram valorização média de 7,4% nos últimos 12 meses em Palmas. Em Araguaína, o crescimento foi de 6,8%, puxado principalmente por imóveis populares no setor Costa Esmeralda.
“A procura por casas e apartamentos para moradia continua aquecida, especialmente entre famílias que utilizam o FGTS ou linhas de crédito do Minha Casa, Minha Vida”, afirma Tatiane.
Empreendimentos de alto padrão também seguem valorizando, com destaque para setores como Jardim Taquari, em Palmas, e Nova Araguaína.
Comparativo com julho de 2024 mostra desaceleração pontual
Em julho de 2024, o dólar fechou o mês a R$ 4,86, o Ibovespa operava na faixa dos 124 mil pontos e o petróleo Brent estava em US$ 78. A alta de 9,4% no câmbio e a queda de 4,1% na bolsa em relação ao mesmo período do ano passado refletem um cenário mais tenso e um ano eleitoral de incertezas no Brasil.
Já o setor imobiliário local teve desempenho mais acelerado em 2025, especialmente por conta de investimentos em infraestrutura e do início das obras do novo hospital regional de Palmas.
Previsão do mercado para julho: cautela, olho na política e oportunidades locais
A combinação de incertezas políticas, juros elevados e riscos geopolíticos deve manter os investidores atentos ao noticiário econômico. Para quem investe em renda variável, o cenário exige cautela. Já o setor imobiliário no Tocantins segue sendo uma aposta segura, com boa liquidez e valorização acima da média nacional.
“A economia local tem suas particularidades, e o que vemos no mercado imobiliário é uma confiança que resiste às turbulências do cenário nacional”, resume Naiara Rodrigues.
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